Vejo uma bailarina presa num quadro.
Olha-me, triste e livre, pedindo-me socorro.
Um vestido branco, contornos pouco definidos,
Fita preta no pescoço, expressão delicada.
Baila no azul acinzentado do meu quadro,
Voa no vazio, acompanha o compasso,
Dispensa a orquestra.
Apenas me pede, olhar suplicante, uma mão firme
Que a acalme.
Mas a minha mão ainda não acalmou
E não pode ainda sujar-se de tinta
Nem agarrar a pequena e frágil bailarina.
Mas a minha mão cansada ainda não encontrou paz
Para permanecer no vazio.
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