sexta-feira, 31 de março de 2006

Sensação/reacção

Dúvida, Incerteza.
Formular uma questão
Usando a subtileza
Que define a reacção.

Vazio, nada.
Horas amargas
Na longa estrada.
Nos ombros, pesadas cargas.

Quente, gelado.
Memórias da contradição
De um momento selado
Através da insinuante sensação.

Liberdade, coragem.
Voar no infinito,
Gravar uma simples imagem
Daquilo que não foi dito.

Reacção à sensação?
Sensação e reacção?
Reacção ou sensação?
Talvez sim, talvez não.

É algo que existe
E abstracto.
É algo que persiste
No nosso ser em pleno contacto
Com civilizações e espaços
Que se definem por modestos e vis traços...

quinta-feira, 30 de março de 2006

A sensação do vazio...

Horas, minutos e segundos plenos de agonia, plenos de nada, plenos de perguntas sem respostas...
Apenas algo estéril. Vive e sente, mas não consegue transmitir.
O que é? Ninguém sabe. Ninguém ouviu falar acerca disso. Com efeito, é a resposta mais simples!
O vazio?? O que é isso?
O vazio é uma sensação, é um estado no qual uma pessoa se sente desorientada, estranha...
O vazio é a pior coisa que pode acontecer a um ser humano, um ser que está habituado a ter tudo e a comandar tudo. No vazio, isso não acontece. Tudo está oco... Com alguma sorte e persistência talvez seja possível vislumbrar algumas partículas de outra sensação (seja ela boa ou má...) e...
Apenas o nada preenche o espaço em branco. Apenas se sabe que a tinta da caneta do destino falhou e nunca mais será consertada... E também não é possível recorrer ao métodos primitivos: não é possível gravar inscrições nas rochas, porque também elas estão vazias, cheias de mágoa e incerteza; porque também elas sofrem caladas e se sentem ocas já que ninguém as compreende...
Afinal, tudo é vazio!
E nós? Nós somos e estamos vazios, mas somos orgulhosos demais para o admitir e, por isso, continuamos a iludir-nos...
E a ilusão?? Será ela...vazia?

quarta-feira, 29 de março de 2006

Sensação de Liberdade...

Será voar?
Será perder o rumo
E fazer do fogo fumo?
Será sonhar?

Será sentir o vento
A acariciar um humilde rosto?
Será ler o seu olhar no momento
Em que a sensação ocupa o seu posto?

Será apenas sentir?
Será apenas viver?
Ou será apenas sorrir
E depois tudo esquecer?

Será transportar a saudade
Da cruel censura?
Será transportar a verdade
Que alimenta a brandura?

Ou será apenas um acto?
Será pintar de pureza
Os trapos que cobrem a incerteza?
Ou liberdade será apenas um facto?

Quente versus frio

Quente. Frio. Quente e frio. Um misto de sensações. Um misto de gestos sincronizado com palavras.
Um olhar. Um suave toque.
Cores. Fantasia. Vida. Um arrepio que percorre todo o corpo e que deixa uma pessoa completamente descontrolada.
O calor da paixão tem o poder de cegar os frágeis olhos do ser humano. O calor que a lareira transmite transporta-o para o mundo da leveza...
O frio provocado pelo vento que arranca a árvore da vida é apenas uma ilusão...
É fácil perceber que ele apenas tem medo de ser descoberto; tem medo que lhe roubem a sua capa; tem medo de se mostrar como realmente é!
O frio é mágico! O frio completa o quente!
E juntos, fundem-se... Tornam-se num só...
Parece que são opostos, mas isso não é verdade!
Ambos se sabem disfarçar muito bem...

segunda-feira, 27 de março de 2006

Tesouro...

Os terríveis piratas dos desejos
Esconderam do doce tormento
O baú dos perdidos beijos
Que provocam a sensação de deslumbramento.

Na calada da noite, a escuridão que afecta o medo
Murmura palavras arruinadas
Que escondem terríveis segredos
Da soalheira madrugada...

Tudo se perdeu no tempo.
Aquilo que ele diz,
Aquilo que sente no momento...
Apenas permanecem sentimentos vis...

E a feroz magnitude da solidão
Abraça o desejo de vingança...
Matando a última ilusão
Da soturna esperança...

domingo, 26 de março de 2006

Sensações...

Tudo passa pelo que sentimos; tudo passa pela maneira como reagimos às diversas situações que cruzam o nosso caminho.
Podemos errar devido às primeiras impressões, mas também podemos acertar!
Assim é...
Quando a palavra "sensações" surge, pensamos em algo não palpável, quase inatingível, dado que, nós, simplórios humanos, quase já não somos capazes de sentir! Ou melhor, sentimos aquilo que nos é conveniente e não aquilo que deveríamos sentir!
Encaramos a sensação de desconforto e torcemos o nariz porque a situação não nos agrada; porém, esquecemo-nos que podemos fazer com que os outros se sintam desconfortáveis. Encaramos a sensação de felicidade de uma forma abstracta: precisamos de algo ou de alguém para sermos felizes; encaramos a sensação de alegria com um sorriso rasgado no rosto: reparamos nos nossos olhos brilhantes de emoção, sentimos o fulgor do vento a acariciar o nosso cabelo...
Mas não sentimos o mais importante: o nosso eu...

sábado, 25 de março de 2006

A Cor da Vida...

Processo gradativo da cor
da vida que nos arrepia e realiza.
É a doce brisa
Que nos envolve no mundo da dor.

Amarelo de energia,
Verde de esperança,
Azul é a cor do dia
E o rosa a cor da criança.

Preto para a podridão dos seres,
Castanho para o Outono dos sábios poderes;
Cinzento para a aterrorizante trovoada
Que abraça a leda madrugada.

A vida é cor!
A vida é riso!
A vida é do sol calor!
A vida é um autêntico paraíso!

É isto, é aquilo...
É a singularidade de um pequeno esquilo...
É o rugir do leão
Gravado no frágil coração...

sexta-feira, 24 de março de 2006

História de vida...

Numa primeira análise, na história de uma vida existe um narrador omnisciente, autodiegético (relata a história na primeira pessoa e é a personagem principal), existe também uma acção e diversos tempos e espaços. Várias personagens secundárias e vários figurantes ilustram os momentos da narração. Todavia, a mesma adopta diferentes modos de expressão: por vezes, nos momentos de tristeza, sente o monólogo... Tem a sensação de que nada faz sentido e que está completamente só. Sente-se desprotegida.
Em situações tensas surge o diálogo, o confronto de opiniões divergentes; em situações aborrecidas surge o aparte (a crítica está patente...); quando está a personagem principal está apaixonada divaga no mundo da poesia e no mundo descritivo ( o pormenor descritivo é essencial para que se lembre dos momentos que viveu); quando vive, está presente a narração - usa verbos de movimento, recorre, geralmente, ao Pretérito Perfeito.
Porém, existe um lápis, existe uma mão, um cérebro e uma imaginação...
Existe algo ou alguém que é superior e que já escreveu a história que esse narrador se prepara para contar...

quinta-feira, 23 de março de 2006

Vidas cruzadas...

Doce sussurrar do feroz vento
Na vidraça da vida...
No sonho voa o pensamento
De uma mudança apetecida...

Uma cruz no centro.
Tudo muda, tudo passa...
Uma vida cruzada tem a graça
Do tormento em que vive o seu epicentro...

A neve da imensa montanha
Chama a outra vida!
Mostra-lhe uma encruzilhada estranha
E que jamais fora prometida...

Uma simples flor
Que dança suavemente
Com uma simples abelha do amor...

A delicada sensação intermitente
De uma auspiciosa dor...
Vidas cruzadas...

Perda de vida...

Tudo é escuro! Tudo é límpido e luzidio! Os olhos "físicos" da vida irradiam felicidade; os seus olhos "espirituais" revelam a tristeza da perda, a dor de uma solidão na qual sol se tornou uma bola de fogo que queima a fina camada que protege esse ser.
Oh! Está vivo, mas não vive! É apenas um corpo que perdeu uma parte de si; é a tormenta.
Porquê que podemos perder a vida?
O nosso destino está traçado e foi escrito pela mesma mão: os mesmos erros serão cometidos, as mesmas vitórias serão alcançadas; as rugas que ilustram esse membro transmitem saudade, transmitem a vida da vida e a morte da mesma.
São experiências, são conselhos...
É uma vida dentro de muitas...vidas!
Tudo é desconhecido. O passado é o presente. O futuro é o passado. E o presente não existe.
Os mesmos lábios sôfregos para dizer o que sentem desesperam lentamente, perdem o seu dinamismo, tornam-se fechados.
E a palavra mágica foi esquecida...

quarta-feira, 22 de março de 2006

Vida...

Será vida?
Será esquecimento?
Será medo de estar perdida
No meio do desalento?

Será ter medo do possível e do impossível?
Será assumir as consequências dos actos
E sonhar com o imprevisível?
Será mostrar os factos?

O que será?

Apenas uma certeza persiste
No mundo que existe!
É vida!
Sim, é!

O que nos dará não sei,
Mas também já me esqueci daquilo que procurei...

Não adianta!
Um valor mais alto se levanta!

segunda-feira, 20 de março de 2006

Vida...

Nascer. Viver. Morrer.
Três etapas; três experiências. Tudo se resume a isto, mas são as experiências pelas quais passamos durante estes momentos cruciais que nos ensinam as leis da vida (actualmente, denominam-se leis de "sobrevivência").
Apenas somos possuidores de um corpo e de um espírito. Mas estamos possuídos pelo exterior: a incerteza, o risco, a aventura...
Esses três muros de areia que vão abaixo com a fraca força das furiosas ondas do mar. São elas que nos ensinam a remar contra a maré, a ver a direcção do vento, a escolher a melhor concha, a ouvir o som do suave búzio, a encontrar a rara estrela-do-mar...
Nascemos - somos o escaldante sol que alegra a Primavera.
Vivemos - somos o fruto da luminosidade desse sol.
Morremos - somos as cores quentes e frias do Outono.
Será que uma nova etapa nos espera??

domingo, 19 de março de 2006

Vida de papel

Lápis.Borracha.
Uma folha pura.
O artista procura o que não acha
Na imensidão da noite escura.

É banda desenhada.
É um esboço borratado.
É uma aspiração frustrada.
É o presente do passado.

Sem vida.
Sem movimento.
Sem guarida
Nm coração munido de desalento.

Rasgar aquela primeira folha.
Tentar novamente.
Fazer uma complicada escolha.
Sim, é dizer o que não se sente!

Oh! Onde está a perfeição?
O traço transformou-se em maldição!
Não se consegue apagar a sombra!
Não se consegue apagar a sombra!
E agora?

Rasgar mais uma folha?

E por fim....o que vai na minha alma?

Na minha alma há fantasias,
No meu ser há vingança.
Na minha alma há feitiçarias,
No meu ser há esperança.

Corpo de mulher,
Sorriso de menina.
Alma que a todos bem quer,
Ser que todos alucina.

Sim, talvez uma metáfora irónica.
Talvez uma personificação antitética.
Existe a dimensão poética
De um agradável som de harmónica!

Dentro de mim tudo existe.
Dentro de mim o coração persiste.
Dentro de mim há um não
Que se conjuga com um senão!

sexta-feira, 17 de março de 2006

Encarnação das Almas...


E se uma alma encarnasse nela mesma? E se uma alma se transformasse na sua própria sombra? Será que os fragmentos de nevoeiro continuariam leves ou tornar-se-iam densos?
São questões interessantes; são respostas divergentes. São opiniões de pessoas com diferentes...almas!
Há quem diga que já passou por fenómenos muito estranhos; há crédulos, há cépticos. Há pessoas de todos os tipos; há almas de todos os tipos.
E se o fantasma de uma alma penetrasse num simples corpo, aquele a que chamamos "corpo humano"? E se esse fantasma possuísse o espírito de um ser? E se as reacções não fossem do possuidor do corpo, mas sim da alma que o possuiu?
E se, de repente, deixássemos de ser nós mesmos e nos transformássemos noutra pessoa? Será que teríamos essa percepção? Seríamos capazes de expulsar aquilo que se apoderou de nós ou teríamos a mesma reacção que temos quando nos surge um problema? Sim, não tenham esperanças. Essa reacção é a fuga! Não toleramos que algo perturbe a nossa alma estereotipada pela sociedade; apenas somos marionetas ( e segundo consta, alguns dos paus que nos suportam começaram a...partir!)...
Apenas almas; apenas somos o que não somos. Nesta ou noutra vida, a verdade é simples!

quinta-feira, 16 de março de 2006

Almas Sombrias...


Passeiam no fim dos tempos, estão à deriva no mar das almas. Nunca tiveram um rumo certo e, por isso, tentam roubar o rumo dos outros. Nunca foram felizes. Não sentiram e sempre viveram no extremo tormento.
O que são? Apenas fragmentos de uma existência imperfeita, são observadoras atentas.
Contudo, isso não lhes confere vida. Serão apenas luzes ofuscas, serão sempre um espelho empoeirado que não nada reflecte. Destilam veneno por todos os lugares, mas esquecem-se do principal: um dia serão erradicadas porque morderam a própria língua...
Um ciclo vicioso, uma história que se repete; não é igual, mas a estrutura é a mesma.
Estas almas vivem na sombra do presente, na escuridão do futuro e no presente do passado...

quarta-feira, 15 de março de 2006

Da alma ao coração

Caminho estreito.
Uma cruzada inimaginável
Da qual ninguém tira proveito.
Não é estável.

Da alma ao coração?
Do sonho à realidade?
Da incerteza à razão
Ou da mentira à verdade?

Planos diferentes,
Perspectivas paralelas...
Corações ausentes,
Almas de fechadas janelas.

Assim é o mistério.
Assim se desenrola o processo...
Esta é a realidade de um poderoso império
No qual o destino é travesso...

terça-feira, 14 de março de 2006

Almas vivas...


Almas vivas? Almas silenciadas pela vida? Almas negras? Almas turvas e sem sentido? O que têm em comum? Apenas a designação "almas". Na realidade, são todas diferentes.
Almas vivas... Nuvens de medo, nuvens de existência...
São sombras que mostram aquilo que não queremos ver. São o espelho das almas que possuímos dentro de uma só alma, dentro de um só corpo.
Assusta-nos. Mostram-nos a verdade dos factos e a mentira do conceito de ser humano.
Possuidoras da grandiosidade, possuidoras da luz que queima os nossos frágeis olhos. E os nossos olhos? Aqueles que traduzem o estado da nossa "alma". Olhos de água e amargura que visitam um ser, olhos doces e ternos que juram em falso. E porquê?
Apenas porque o ser humano se resume a um nada. Apenas porque o ser humano se resume a um tudo. Apenas porque estamos vivos e temos de conviver com os nossos fracassos e vitórias, aceitar a crítica e a hipocrisia da sociedade em que vivemos.
E porque, às vezes, mil palavras doces não significam nada se não forem sentidas e porque um gesto, por mais bonito que seja (aos olhos dos outros) não traduz a realidade de um mistério, de um enigma, de uma...alma.

segunda-feira, 13 de março de 2006

Almas negras

Seres ondulantes que divagam
Na profunda escuridão.
Escondem o mistério,
Apodrecem um sólido império...

São almas negras...
Sim, és tu!
Nada alegras...
Apenas uma sombra e um sentimento cru!

Não vivem, não sentem...
Não existem. Apenas mentem
Porque na desonestidade
Pensam que encontram a verdade.

Oh! Vil indiferença!
Oh! Labirinto curioso
Que vive sem marcar presença!

Sim...o fogo queima!
São puxados pela brasa ardente!
são puxados por uma brisa incandescente...

domingo, 12 de março de 2006

Almas Perdidas...

Sombras que vagueiam na escuridão do outro mundo. Não têm rumo, não definiram os caminhos durante uma vida terrena. Desperdiçaram oportunidades, não se dignaram a colocar questões a si mesmas; não se quiseram conhecer. Talvez o medo do próprio medo de se conhecerem as assustasse. Na condição de humanos, essas almas não aproveitaram as suas vidas: não foram capazes de apreciar a vida que brotava de uma simples flor, não sentiram o cheiro da terra molhada, não estiveram na confusão de uma tempestade, a suave brisa matutina não acariciou as suas faces... A água gelada do mar não lhes provocou arrepios, a areia escaldante não se entranhou nos seus corpos...
Não foram pessoas, apesar de terem as características das mesmas. Foram sombras que habitaram a Terra, são sombras que habitam o Inferno.
Nunca sentiram, nunca viveram..
Nunca sentiram o amanhecer, as suas lágrimas foram falsas, as suas palavras desleais...
Almas?? Não! Apenas restos de uma "não-existência"...

sábado, 11 de março de 2006

Realidades...


Para que servem simples palavras se não somos capazes de realizar simples acções? Para que servem tantas letras se aquilo que escrevemos ou dizemos não é sentido?
Para quê??? Para quê que as pessoas sentem prazer em proferir palavras doces quando estão na presença de uma pessoa, mas quando ela se vai embora, transformam esses mesmos vocábulos? Sim, é realidade. É a falsidade do ser humano posta em evidência.
É a tal falta de maturidade, é a tal falta de respeito pelas palavras e pelos outros.
Sim, tudo acontece num mundo mais restrito; tudo se resume a ostentação, a duas faces.
Não somos humanos. Somos bichos.
Peço imensa desculpa!! Nem os bichos são assim...

sexta-feira, 10 de março de 2006

Palavras ao vento....

Por entre mares e montanhas uma suave brisa roça numa alma. São palavras perdidas no vasto conjunto de seres da Natureza. Chamam-nos delicadamente e pedem-nos atenção. São frágeis e fortes e com eles trazem as palavras, palavras perdidas no tempo, na memória; são palavras lançadas no doce e brusco vento. Apenas palavras.
Mas o vento deteriora-as, torna-as pequenas; fragmentos de uma realidade imensa. E elas tentam resistir; contudo, não conseguem, porque não têm força e nem uma conjunção as consegue manter unidas.
Estão sós; quase mortas. são retratos desfocados. Não há negativos; jamais poderão ser repetidas; jamais poderão ser ouvidas; jamais poderão ser...sentidas.
Ninguém repara nelas e todos fazem com que se sintam humilhadas. Aqueles que consideravam como "amigos" fugiram e deixaram uma cicatriz profunda de dor e destruição.
Estão negativas. estão podres. Dissecaram-nas. Quem?? Alguém. Todos.

quinta-feira, 9 de março de 2006

Palavra de mulher...

Uma mulher, ser aparentemente frágil, é um misto de emoções. É o alicerce mais forte de uma construção; é aquela que sabe conjugar as palavras de forma a alegrar a mais triste alma. Diz sim quando quer dizer não. É corajosa e protectora; transporta no seu ser a complexidade e a simplicidade: ambas se completam e divagam lado a lado, juntas e prontas para enfrentar todas as batalhas.
Infelizmente, a mulher não é reconhecida como tal: continua a ser discriminada e a ser julgada. É uma mártir. Sofre calada na dura noite, sorri quando o sofrimento lhe queima o corpo e a alma; chora quando os mais puros sentimentos tocam o seu rosto sereno;ninguém a compreende, ninguém a ajuda.
Todos a apedrejam e gozam com ela por causa da sua natureza. Mas uma mulher tem as mais importantes palavras dentro de si: amor, entrega, paixão, desejo, preocupação, protecção e coragem. Neste mundo misterioso e negro é preciso valorizar esse ser, esse pilar, essa metamorfose.
Cada mulher é um ser único; cada mulher é um puzzle que tem peças pequenas e que parecem não fazer sentido. Apenas porque uma mulher é um sonho, é uma quimera, uma fantasia...

quarta-feira, 8 de março de 2006

As Palavras do Poeta...


Um poeta é um sonho, é uma realidade perigosa. Ser poeta é viver no limite do perigo; é percorrer a alma em busca do nada. As palavras são um dos meios de trabalho. A vida proporciona-lhes momentos de puro prazer, momentos de negatividade extrema que eles, de forma simples ou complexa, transpõem para uma simples folha de papel.
Ter alma de poeta é difícil. É sentir-se insatisfeito; divagar no mundo real e no mundo imaginário, tendo a possibilidade de misturar ambos e desenvolver um novo ser dentro de si.
O poeta brinca com as palavras; não as julga e apenas as tenta entender. É um ser observador e atento; porém, o seu "eu" misterioso divaga nas fronteiras, situa-se numa posição privilegiada. Ora está no cume da montanha, ora no fundo do oceano.
As palavras sentem o poeta da mesma forma que ele as sente.
Ambos se completam...

terça-feira, 7 de março de 2006

Palavras esquecidas...


O tempo apaga o que não é necessário. O tempo cura as feridas. O tempo faz com que a memória guarde todas as palavras que se tornaram importantes numa vida. O tempo faz com que as guarde, mas também as transforma em cicatrizes. As feridas criadas devido a palavras duras e amargas não se apagam. Não são esquecidas, mas apenas ignoradas durante um período de tempo. Porém, quando a tempestade desaba, as palavras que dizemos "esquecidas" emergem, voltam a rasgar a pele, voltam a dilacerar a alma. Há uma diferença: nesta situação atingem o auge; revelam-se donas de um corpo, donas de um ser...
As palavras que nos marcam são gravuras rupestres do nosso ser; são algo indecifrável, apesar de todos conhecerem o seu significado.
Porquê?
É simples: todas as palavras têm vivências diferentes, estados diferentes, significações diferentes e encontram-se em universos de pessoas diferentes...
Nenhuma palavra é; uma palavra pode ser e pode-se transformar...

segunda-feira, 6 de março de 2006

Apenas palavra...


Sou um conjunto de sons que, bem utilizado, se pode transformar na música da vida...
Todos se apoderam de mim e da minha fragilidade e da minha existência. Todos. Contudo, ninguém fala comigo; ninguém me escuta quando preciso. E isso é triste.
Sou uma palavra jovem ou sou um arcaísmo; colocam-me na reforma e poucos sabem o que fui. Mas ainda há aqueles que me vão buscar e tentam dar-me vida.
Tenho um pólo positivo e um negativo. Sou agressiva e doce; sou simples ou complexa. Apenas sou. O quê não sei. Já existo há muito tempo; em diferentes idiomas vou divagando.
Posso atingir diferentes horizontes! Posso estar no registo cuidado, no científico, etc.
Não sei o que quero. Apenas sei que quero ser conjugada em todos os "tempos", quero ser apreciada pela minha versatilidade e pelo meu poder.
Porém, sinto-me triste... Triste porque vejo que alguns não me estimam e apenas me consideram um recurso que apenas serve para se expressarem.
Oh... Porquê que isto não muda???

domingo, 5 de março de 2006

Palavras...


Um substantivo feminino utilizado por todos; tem várias conotações e pode mudar uma vida.
Sim, é a palavra. Usamo-la sem sequer nos apercebermos do seu real valor; usamo-la para expressar emoções várias (geralmente as negativas), mas não as sabemos "conjugar" quando falamos de sentimentos bons.
Deixamos as palavras dentro do nosso ser, porque pensamos que não são necessárias; esperamos que o vento que nos sussurra ao ouvido as leve até ao coração dos outros.
Sempre ouvi dizer que "uma imagem vale mais do que mil palavras", mas será que é assim?
Numa imagem tudo nos é apresentado; tudo está feito; não podemos sentir o fogo do desconhecido nem seguir o nosso instinto... A imagem apresenta-nos o concreto, o invariável.
Com as palavras tudo sofre uma metamorfose; tudo gira nas asas da criatividade, tudo se desenrola consoante um "eu" diferente...
É algo único, puro...
As palavras estão soltas na força da Natureza..
As palavras estão soltas em cada ser, em cada alma...
Mas para alguns não passam de meras...palavras...

quinta-feira, 2 de março de 2006


Olá! Sou a Andreia e sou humana, mas sou uma humana verdadeira!
Não gosto de imitações! Eu sou completa; tenho uma parte boa e tenho uma parte má, mas tento moldar ambas.

Sim, sinto o fogo do ciúme, sinto a raiva que me dilacera, sinto indiferença, sinto ódio, sinto pena, sinto a ternura e a amizade, sinto o amor e a esperança que teima em entrar na minha vida.

Cresci muito depressa e já não sou uma adolescente, mas sim uma mulher. Sim, tenho um lado demasiado tímido (que poucos conhecem) e um lado demasiado extrovertido (que muitos criticam). Não resumo a minha existência; sei que ainda vou mudar e que vou ter de passar por muitas coisas pelas quais não gostaria de passar; mas também sei que me tornarei forte e que isso me ajudará a elevar a minha fasquia.

Não sou um paradigma nem quero ser, apesar de muitos me verem como isso; apesar de muitos me julgarem, apesar de muitos me magoarem e voltarem a magoar.
Apesar de tudo isso, consigo impor o que sou. Muitos consideram-me uma pessoa fria, austera...
Sim, é essa a primeira imagem que dou de mim. Na verdade, isso não é verdade.
Tenho pena que muitos me atirem pedras, ferindo-me o coração, o ser, a alma...
Tenho pena que jovens como eu sejam tão radicais e que não saibam ser pessoas.

Tenho pena, mas tenho a ínfima esperança de que tudo possa mudar...

Conheço verdades que me foram impostas; conheço um mundo de opções; conheço diferentes pessoas e diferentes reacções.

Sim, observo.
Sim, escuto.
Sim, saboreio os momentos.
Sim, sou uma pessoa.
Sim, eu finjo.
Sim, eu sinto ciúmes.
Sim, eu sinto raiva.
Sim, eu sinto a ternura.
Sim, eu sinto a amizade.
Sim, eu sinto as diferentes formas de amor.

Sim, eu sinto-me e conheço-me.
Eu observo-me e julgo-me.

É por isso que me considero uma pessoa.

quarta-feira, 1 de março de 2006


Um blog??? Para quê??

Segui um conselho, entrei nesta aventura sem saber os dias que me acordarão devagarinho e que me mostrarão o claro ou o breu...

Porque todos os dias são diferentes e porque cada amanhecer é mágico, aqui estou despida... Apenas sou um ser de palavras que brotam de uma alma vivida, apesar de jovem...

Palavras que serão ditas na inconstância de um momento ou na eternidade de uma memória...

Já que cada dia é diferente, já que cada vida é diferente, já que cada ciclo é diferente e já que eu sou diferente, prometo fazer arte com as palavras que me possuem; prometo vislumbrar o que ninguém vislumbrou...

Prometo sonhar....