sexta-feira, 20 de maio de 2011

Já não sei chamar-te amor.
há paredes e pedras e muros
que me tapam os olhos
cimento bruto, inconsistente
que me prende o músculo,
um silêncio visceral
e calmante
que se apoderou da minha boca.
Amor, já não sei chamar-te amor.
Desaprendi o teu beijo
quando a tua boca
mentiu à minha
em segredo.

Xiu. Não digas mais nada, amor.
tens os olhos presos na expressão da face,
as tuas mãos tactearam o meu corpo inviolável
como se se saciassem na minha pele cálida, morena,
tua.

Adeus amor a quem não chamo amor
porque amor o mataste,
sugando-lhe a vida
e o sorriso das cordas vibrantes,
estupraste-me a alma
com ferocidade
voluptuosamente
perdendo-te em mim
amor
na cama virada
ao contrário
lentamente
mais rápido
um riso
cúmplice
veneno viandante
entre corpos
amantes
exaustos
adormecidos.