sexta-feira, 3 de junho de 2011

O sabor a barco que tem a boca
Eugénio de Andrade

Das mãos
à boca
o calor que flui
na pele
um olhar em
concha
pintalgado de
mar
e um céu
raiado
nos contornos
das palavras
quebradas
(des)cristalizadas
Os frutos
amargos
nas pontas
dos dedos.
O sabor
no
caroço
Adão
o verde do espaço
e o éden
do ventre
cálido
E(r)va
bravia