Estou só. Completamente só.
Deitada no escuro, inerte.
O frio gela o meu corpo.
Já não sinto.
Até as palavras me abandonaram.
Falha-me a voz, rejeito o pensamento.
Estou só. Completamente só.
E nem sequer a Primavera
Que me deveria dar flores belas,
Ósculos ardentes e raios de sol encantado
Se compadece e me devolve a vida.
Estou só. Completamente...
Só.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Não gosto de me sentir controlada.
Que querem? Sinto-me presa, enjaulada sem culpa.
Quase parece que não sinto, que não escuto...
Quase parece que nem a lágrima me queima
E o coração não arde!
Quase, quase...
Quase...
Não quero meio termo,
Não quero!
Já disse que não quero!
Não vou repetir!
Quase caí na tentação,
Quase amei, quase deitei tudo para o alto em nome de uma loucura...
Quase fugi...
(Eu jurei que não ia repetir!)
Agora fitando o indefinido
Olhando para formas geométricas que detesto
Sinto que quase errei...
É...
Quase!
Que querem? Sinto-me presa, enjaulada sem culpa.
Quase parece que não sinto, que não escuto...
Quase parece que nem a lágrima me queima
E o coração não arde!
Quase, quase...
Quase...
Não quero meio termo,
Não quero!
Já disse que não quero!
Não vou repetir!
Quase caí na tentação,
Quase amei, quase deitei tudo para o alto em nome de uma loucura...
Quase fugi...
(Eu jurei que não ia repetir!)
Agora fitando o indefinido
Olhando para formas geométricas que detesto
Sinto que quase errei...
É...
Quase!
Subitamente me apercebo da singularidade do tempo. Lá fora está um sol abrasador. Cá dentro é Inverno e o frio é cortante. Tenho as estações misturadas e oiço um riso que desconheço escarnecendo de mim. Nem o crepúsculo me enleva em sonhos bonitos. O medo, o temor e a incerteza invadem tudo aquilo que sou ou julgo ser.
Uma voz não me disse o que precisava, o que queria ouvir. E a lágrima não tardou em cair, sofrida, densa, moribunda. Os sons confundem-se dentro de mim. O ritmo lento, o compasso de espera... A pausa que o Maestro fez foi fatal: os músicos erraram as notas, as pautas, num sopro mágico, desapareceram e a orquestra parou. E eu, na plateia, escondida no cadeirão de veludo vermelho e quente, levantei-me e fugi. Não consigo ir embora para sempre. Ainda espreito pelos cortinados o Maestro que continuou o seu trabalho e que, quando agradece, fita os seus olhos inundados de saudade em mim.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Confusão de Tempos
É Primavera na minha vida.
Sol quente, flores de várias cores que se perdem na densa floresta.
O Beija-flor alegra a manhã, as nuvens sorriem.
Está um pouco de frio.
Dentro da tranquilidade do meu jardim repouso.
O amor preenche-me. A meu lado adormece feliz.
O sorriso desenha-se no seu rosto.
Está um pouco de frio.
Subitamente o Inverno! Brusco, voraz, maravilhoso!
Não me são indiferentes o desejo e a pele que amei.
Jamais os pedaços de neve se misturarão em mim outra vez.
Está muito frio.
Gosto do Inverno.
Sol quente, flores de várias cores que se perdem na densa floresta.
O Beija-flor alegra a manhã, as nuvens sorriem.
Está um pouco de frio.
Dentro da tranquilidade do meu jardim repouso.
O amor preenche-me. A meu lado adormece feliz.
O sorriso desenha-se no seu rosto.
Está um pouco de frio.
Subitamente o Inverno! Brusco, voraz, maravilhoso!
Não me são indiferentes o desejo e a pele que amei.
Jamais os pedaços de neve se misturarão em mim outra vez.
Está muito frio.
Gosto do Inverno.
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