desaprendi as palavras
por as ter trancado dentro de mim
não sei se no coração ou no cérebro
se nas mãos ou nos dedos
mas não as descubro
e perdi-me num labirinto cheio de luz
que descobri ser eu
num instante em que por acaso
me perguntei o que buscava
e quantas sebes havia arrancado
por que me tinha arranhado toda
por que tinha o cabelo desgranhado
e lágrimas insensíveis a saltar-me dos olhos
como se fosse uma menina perdida
no meio da floresta
só ouvi murmúrios surdos
ecos inaudíveis
vi palavras cegas
com os olhos vendados
e a alma incapaz de escrever
ou apenas de juntar sílabas
as mãos presas gesticulando
e na boca um sabor a agonia
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