Agora que as mãos cálidas
arrefeceram
e um sopro de noite
estupra
a janela, que resta perguntar?
Não há voz dorida e
des-pe-da-ça-da-men-te
enjaulada
que se atreva a dar
uma entoação
de ponto de interrogação.
Não resta perguntar
nada
só silêncio
ao fundo do quarto
pergunta e responde,
nurmurando,
gemendo,
bramindo impropérios
em voz-off.
Agora que o frio invadiu a janela do teu
quarto,
meu
amor,
resta-te o vidro escrupulosamente
cortado
e uma cama
desfeita.
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