segunda-feira, 12 de maio de 2008

O relógio já correu, já parou e voltou a correr.
E, mesmo assim, eu não consigo entender
O sofrimento que me invade sem pudor.
Sinto na pele as vergastadas dolorosas
Como se fosse uma escrava
De um destino que escolhi
Porque segui o prazer.

Estou presa numa fogueira que cresce diariamente,
Que me queima, que me deleita, que me fere
E incendeia. Ah! Poder evadir-me!
Poder respirar sem a culpa e a dor
Percorrendo o meu corpo.

Há capítulos arrancados no meio do livro
Que a tanto custo tento guardar na mais recôndita prateleira.
Talvez um dia, quando o medo se afastar de mim,
Perturbe a outra personagem só para saber
O que, de facto, aconteceu naquela história.

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