Houve um dia em que me ofereceram um girassol.
Porque eu gosto. Porque me queriam ver com um sorriso.
Porque havia amor.
A época dos girassóis acabou. O que por mim sentiam está perdido.
O sorriso que queriam ver no meu rosto foi esquecido.
Restou o amor.
Solitário e errante, vagabundeia dentro do meu coração
À procura de um girassol.
Mas a época acabou.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Vejo a bailarina diferente.
Presa, mas dançando para abafar a tristeza dos seus olhos
E a dor do seu coração.
No vazio, desenha movimentos suavemente tensos.
Mas não está ninguem a ver, ninguém a escutar a melodia,
O doce canto da sua alma.
Está escuro e o sol não entra.
Vem um pequeno príncipe
E, a medo, diz que o sol morreu.
(Pobre bailarina! O Tempo pára e lentamente
Cai no chão sem um sinal de vida.)
Presa, mas dançando para abafar a tristeza dos seus olhos
E a dor do seu coração.
No vazio, desenha movimentos suavemente tensos.
Mas não está ninguem a ver, ninguém a escutar a melodia,
O doce canto da sua alma.
Está escuro e o sol não entra.
Vem um pequeno príncipe
E, a medo, diz que o sol morreu.
(Pobre bailarina! O Tempo pára e lentamente
Cai no chão sem um sinal de vida.)
Fogem-me as palavras quando as quero escrever.
Só se formam na minha cabeça desvanecendo-se em seguida.
Também elas me doem ao sair dos dedos.
Frustradas, ásperas.
Não conseguiram chegar ao coração.
Ficaram presas na garganta com o sentimento ferido,
Com o abandono e a dor de um adeus.
É como se tivesse o segredo mais bonito do mundo
E o tivesse perdido. Como se tivesse sido roubado
Ou esquecido.
E doem porque não querem gravar no papel
O fim e o desalento da solidão.
Só se formam na minha cabeça desvanecendo-se em seguida.
Também elas me doem ao sair dos dedos.
Frustradas, ásperas.
Não conseguiram chegar ao coração.
Ficaram presas na garganta com o sentimento ferido,
Com o abandono e a dor de um adeus.
É como se tivesse o segredo mais bonito do mundo
E o tivesse perdido. Como se tivesse sido roubado
Ou esquecido.
E doem porque não querem gravar no papel
O fim e o desalento da solidão.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Contemplando a paisagem pela janela do comboio, ela pensava no quanto o amava e era feliz com ele. Um sorriso,uma palavra doce e a promessa de um sonho eterno preenchiam-lhe o dia, contagivam-na de felicidade. Após anos de mágoa e angústia, finalmente encontrara um porto seguro, um confidente, um amante, um amigo. E ele ali estava com ela, envolvendo-a docemente no seu abraço, acariciando-lhe as mãos e prendendo-lhe os dedos como tantas vezes fazia. A luz do sol naquele fim de tarde embelezava o cenário. Apeteceu-lhe dizer-lhe baixinho que o amava. Mas não o fez. Ele não iria corresponder. Sentia-o diferente, mas não deu grande importância ao facto. O relógio voou. Em breve chegaria a hora da despedida, do adiamento de sonhos ainda por viver. O trajecto pareceu breve. Ele conduzia, ela estava a seu lado. Os dois em constantes trocas de carinhos. Uma lágrima rolou pela sua face morena. Felizmente estava já escuro para ele notar que ela chorava em silêncio junto a ele. Não queria que ele percebesse a saudade que lhe trespassava o corpo de cada vez que iam embora. Cada vez a sentia mais vincada; uma parte de si era arrancada violentamente na despedida. Mas continuaria a sorrir com a esperança de o voltar a encontrar. Chegou a casa. Despediram-se. Um beijo apaixonado. Seguido de outros. Parecia-lhe que ele não a queria deixar ir, que queria prendê-la a si para sempre. Costumava dizer que a ia raptar e prender numa cabana na serra apenas para a ter perto de si, sem ter de enfrentar quilómetros de estrada nem os minutos do relógio.
O seu aroma estava impregnado nela. Recordava os momentos a dois, as juras de amor trocadas na noite escura e quente. Mais uma vez a saudade e a lágrima, as duas correndo lado a lado, fundindo-se finalmente. Curiosamente sorria. Era ele. Só ele a sabia fazer feliz. E era por ele que lutava todos os dias tentando vencer os obstáculos do destino sem nunca desistir.
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