sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Não sei.
Não me perguntem o quê
Porque não sei.
Já não sei não saber,
Não sei não querer saber
E não sei como divagar em mim.
Planeei viagens ao mínimo detalhe,
Criei uma desconcertante aventureira
De botas enlameadas e determinação encerrada no olhar.

Quando senti, o sol queimou-me de tão abrasador,
De tão macio, de tão próximo da realidade,
De tão diferente de mim.
Tiraram-me a venda invisível e eu simplesmente não sei.

E agora sou eu que me interrogo horas a fio
Enquanto o relógio avança, lânguido, pelo tempo,
Quem deixei pelo caminho enquanto trepava às arvores
E olhava a terra cá em baixo tão genuína desejando poder atirar-me e
Sentir.

Não, não sei.
E toda esta minha ignorância me leva a mim,
Numa incerteza de passos e passadas,
De atropelos e quedas em escadarias de sonhos.
Não saber divagar e perder-me em mim é pura e ingenuamente
Saber-me.

1 comentário:

Marco Rebelo disse...

boa escrita volupia :)
mto obrigado pelo teu comentário :)
kiss kiss