quarta-feira, 14 de abril de 2010

O cais adormece embalado
nos raios de sol parcos
que deixam o dia.
É noite já.
Todos os lugares comuns me falam
com a tua voz.
O tempo sacode-me as entranhas
revolvidas pelo ciúme,
envenenadas de ti.

O cais sonha docemente.
O cais e as águas do rio que correm
serenas. A janela da tua casa
e a sombra por trás da cortina.
O tempo esventra-me a alma
quando acordo assustada a meio da noite
desejando uns braços quentes
que me agarrem o corpo no que resta da escuridão.

O cais - devagar acorda. Já é dia
e a navalha cortou o tempo.
Pedaço a pedaço o corpo cai.

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