quarta-feira, 14 de abril de 2010

Orfeu é Eurídice

O papel é branco e os meus dedos escrevem-te
sem tempo nem lugar
nem dia nem noite
num lugar só dia
num dia só noite

A lua cheia perfeita redonda
grávida de amores
A rua de paralelos está deserta
Ainda, suspiro eu
A varanda tem vasos de margaridas
e a minha alma partiu-se
Até ele chegar do supermercado
e trouxer um regador

Quebrada sinto-lhe os passos na cozinha
a torneira a verter vida e a música
a embalar-lhe os gestos
E revive a alma morta
e o precipício é o limite de veludo
onde o corpo repousa

1 comentário:

Anónimo disse...

escreveste isto ao meu lado :o eu sempre soube que era uma fonte de inspiraçao para ti xD