terça-feira, 14 de abril de 2009

Tudo riscado.
O preto da caneta no papel. O assunto da agenda.
A paixão arrancada do coração.
Dói-me a cabeça. Estou ausente de mim.

Perdi-me cá dentro quando virei o mapa
Ao contrário.
Tenho andado em círculos,
A correr
Desesperada,
A passar noites
Em claro
E dias na
Escuridão.

A escrever,
A pensar,
A saborar café atrás de café,
Cigarro atrás de cigarro
Porque quero um vício.

De tanto disfarce nem a nicotina absorve a minha alma.

Na loucura dos meus dias risco cadernos
E enveneno o desejo que arrepia a minha
Pele.
Sacio o corpo em noites ao relento,
Madrugadas de luar e de trovões.

Tenho pressa para chegar ao fim da página,
Ao fim da garrada de néctar que acompanha a minha
Solidão
(Solidão...solidão...)

A voz parou na garganta,
Ausente a essência da palavra,
O sentido nu e cru perdido nos
Lábios
Quedos.

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