E se o teu mundo fosse um caderno vazio
Arrastado pelo vento do silêncio?
E se a tinta da tua caneta não deslizasse
no papel amassado e amachucado?
E se o teu sangue envenenasse as tuas veias
E a tua respiração fosse cortada no meio de uma sílaba esquecida?
E se o meu corpo se arrepiasse de cada vez
que imaginas tocar-me?
E se a tua voz se misturasse na minha voz
melodiosamente sincronizadas, brutas, vadias?
E se o teu corpo esventrasse o meu?
E se o meu corpo retalhasse a tua alma
E fizesse dela uma manta esfarrapada para se cobrir?
E se, na noite emudecida,
soasse o grito do nosso corpo-sangue
na memória da vida que restou?
1 comentário:
Assim que comecei a ler, não consegui parar mais!
Muito bom!
Besitos
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