Voltar a tragar palavras
A comê-las sofregamente
E travar o vómito e a agonia
Que sai dos meus dedos.
Ter-te nas veias, no sangue,
encher-me de comprimidos
para te matar dentro de mim.
Não gosto que te instales na minha vida
E faças dos meus dias um castelo de areia
Ameaçado pela vaga gélida do mar
que consome o Inverno na cidade.
E que me ofereças colares de conchas,
me afastes o cabelo e me sussurres ao ouvido
(porque os meus olhos vão fechar e eu vou saborear
o calor da tua respiração em mim)
palavras inebriantes enquanto dás um nó no fio.
E me faças mil e uma promessas
de noites passadas à lareira,
a garrafa de vinho meio cheia
e depois um coração vazio.
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