domingo, 17 de setembro de 2006

Fabrico de Vidro

Vidro. Milhões de grãos de areia.
Mas apenas vidro.
Não brilha.

Fabricado apenas porque é preciso.
O acto já está cravejado na essência.
Não é possível descodificar o reflexo
Do ser que se aproxima.

Não é possível ler os olhos marejados
De lágrimas, a testa enrugada,
a tremura das mãos delicadas.

Nada é possível.
Nada é seguro.
Nada é nada.

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