terça-feira, 12 de setembro de 2006

Simplesmente areia...

Eu não quero chorar.
Eu não quero rir.
Eu não quero sorrir.
Eu simplesmente não quero.

Eu quero ficar assim-adormecida.
Eu quero sentir o frio que me invade.
Eu quero ficar sentada no meio das almofadas
A olhar para o nada,
A sentir o vazio,
A respirar o ar que não existe.

Eu quero ficar assim.
Olhar o teu retrato.
Voltar a observá-lo.
Cuidadosamente. Sem pressas.

Esta noite quero ficar dentro de mim.
Não quero ver o luar que me estende a mão.
Não quero procurar o céu negro e cativante
Que me desespera.

Esta noite quero ser prisioneira do meu corpo.
Quero bailar.
Quero ouvir os melodiosos acordes do vento.

Quero ser areia. Quero reunir todos os pedacinhos de mim.
Purificar-me nas águas geladas.
Construir castelos.
Subir as dunas da fantasia.

Amanhã, eu quero simplesmente acordar.
Não quero ter sonhos.
Amanhã não quero voltar a ser areia, simplesmente areia.
Não quero precisar de saciar esta fome de mim,
Não quero precisar de me encontrar...

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