Junta-se a água ao fogo. Junta-se a terra com o céu. Juntam-se todos os elementos da Natureza. Juntam-se vontades, lamentos, murmúrios gélidos no calor da fogosa noite. Junta-se o Homem à sua origem: as paisagens verdejantes e harmoniosas, o calor do astro rei, a suavidade da rainha da noite, o cantar das águas cristalinas das cascatas. Todos se encontram. Dentro do seu ser transportam a pureza. Porém, o elemento nefando invade o seu pequeno grande mundo: o Homem!
Esse ser apropria-se indevidamente dos elementos que o criaram; destrói sentimentos, acarreta mágoas, inunda a Terra de um negro ágil e astuto.
No entroncamento dos sentimentos, todos se reunem: a pureza da Mãe Vida acaricia a face da podridão da sua cria, a dor mistura-se com a raiva, o amor abraça o ódio. Um grau intenso de emoções atinge a obra e o criador, uma força sobrenatural traça um círculo invisível e indomável.
A música clássica que acompanha o momento está no auge. Os sentimentos desfragmentaram-
-se. Chegou a altura da escolha. Optar pela obra (Homem) ou pelo criador (Natureza)? Qual deles é o mais verdadeiro, o mais importante?
O Homem envolveu-se numa guerra perdida: procurar respostas dentro dos seus sentimentos; e não as encontrará! O Homem esqueceu-se completamente de se enquadrar com a sua proveniência; já não tem consciência do que é a pureza que possuía quando era um simples ser indefeso... E é por isso que não acha as respostas que tanto procura... E é por isso que se sente cada vez mais só no meio da sua multidão comunitária.
E é por isso que tudo se cruza e se confronta...
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