Corpo sem respiração,
Quase sem vida,
Que deambula pela estrada esquecida,
Para esquecer a solidão...
Não pode falar,
Os seus passos alguém está a controlar...
Vive preso dentro de si,
Sem poder inspirar o que lhe dá a vida...
Contudo, não se sente triste...
Sabe que não tem liberdade
E que está nos calabouços da censura que existe;
Sabe que tem liberdade porque
Ela permanece no seu ser...
Não o deixa perecer...
É a mais pura verdade...
terça-feira, 30 de maio de 2006
Liberdade versus Democracia...
Diálogo entre a Liberdade e a Democracia:
-Coexistimos no mesmo espaço. - disse a Liberdade.
-Pois, e é por isso que temos de nos saber respeitar.-afirmou a Democracia.
-Precisamos uma da outra. Eu preciso das tuas regras e condutas, preciso do teu braço firme que me diz quando estou a violar os direitos dos outros.
-Eu preciso da tua capacidade de imaginar, de sonhar, de quereres construir um mundo de aceitação.
-Eu sei. Somos importantes uma para a outra.
-Somos capazes de, juntas, apreciar a segurança que damos às nossas obras de arte, as pequenas criaturas que espalham a maldade no mundo.
-Concordo. Querem impor os seus desejos e vontades e não reparam que podem estar a interferir na vida dos seus iguais.
-É triste constatar isto. O mundo dos Homens é regido pela maldade e pelo egoísmo.
-Parece que estamos na selva...
-É aqui que vivemos e, por isso, temos de nos adaptar. Contudo, podemos fazer algo para mudar isto...
-A nossa simples presença é capaz de evidenciar a tolerância e o respeito.
-Porém, isso não acontece... Somos ignoradas, vilmente desprezadas...
-Sinto-me tão triste quando isso acontece...
-Eu também... Sinto-me humilhada. Fico sem forças...
-Mas também é verdade que o oposto também acontece...
-Sim. E um sorriso espelha-se nos nossos rostos...
Liberdade de Expressão...
Terríveis tempos, foram aqueles...
Nem uma gota de liberdade
Havia, segundo eles
Que tentavam encobrir a verdade.
Foram tempos duros,
A tortura preencheu os espaços vazios,
Tornando-os frios
E repletos de fantasmas escondidos nos recantos obscuros...
Hoje, há liberdade a mais...
Tudo o que se pensa é dito...
Não há limites nem tortura.
Apenas a loucura
Que ocupa a razão imatura...
As palavras nascem inconscientemente...
E, um dia, essa liberdade tão dificilmente
Conquistada terá o seu fim...
Nem uma gota de liberdade
Havia, segundo eles
Que tentavam encobrir a verdade.
Foram tempos duros,
A tortura preencheu os espaços vazios,
Tornando-os frios
E repletos de fantasmas escondidos nos recantos obscuros...
Hoje, há liberdade a mais...
Tudo o que se pensa é dito...
Não há limites nem tortura.
Apenas a loucura
Que ocupa a razão imatura...
As palavras nascem inconscientemente...
E, um dia, essa liberdade tão dificilmente
Conquistada terá o seu fim...
Ser Livre...
Ser livre... Ter no próprio ser a esperança de alcançar o infinito, navegar por entre os mais terríveis mares apenas para sentir o vento a fustigar a face... Querer voar sem voar, sem ter asas, sem ter um ramo seguro onde pousar...
Ser livre é ter consciência dos limites da própria liberdade, é não ter metas nos sonhos, mas estabelecê-las na realidade; ser livre é encontrar-se com si mesmo...
Ser livre é ver na Natureza uma segunda casa, é apreciar o chilrear dos pássaros, a beleza das frondosas árvores, a insegurança das de menor porte, o aroma silvestre das flores...
Ser livre é agir. É alcançar a plenitude espiritual, conciliando-a com a corporal. É ver mais além, sentir o equilíbrio das ondas do mar e da fina areia. Entender o abraço tão profundo que os dois elementos dão, tocar ao de leve na liberdade de ambos...
Mas, ser livre implica conquistar a liberdade através de actos, gestos, palavras sentidas e não palavras ao vento; implica aceitar o bom e o mau, lutar pela justiça quando a injustiça está presente, aceitar as consequências dessa mesma escolha. Optar pela liberdade é uma grande responsabilidade. Porém, é gratificante.
E o sinal exterior que mostra isso é o sorriso franco daquele que escolheu ser livre, escolheu aceitar-se e assumir essa mesma escolha. É o seu sorriso livre que grita: "Ser livre vale a pena"!
A Última Cartada...
Tudo se decide no último momento.
Tantas estradas percorridas,
Tantas adversidades esquecidas...
Seria apenas um jogo
A lágrima que teimava em cair desse olhar
Que nele trazia o fogo
Do triste despertar dos pássaros,
Das flores, das árvores
Que jogavam o seu futuro...
Trilhos entrelaçados nas mãos cristalinas
Do encanto das saudades...
A última cartada está prestes a ser jogada...
Fará com que os fantasmas do passado
Não atormentem o presente.
Fará com que o futuro seja o tempo de colher a flor desejada...
Foi jogada.
E tudo aconteceu...
Tantas estradas percorridas,
Tantas adversidades esquecidas...
Seria apenas um jogo
A lágrima que teimava em cair desse olhar
Que nele trazia o fogo
Do triste despertar dos pássaros,
Das flores, das árvores
Que jogavam o seu futuro...
Trilhos entrelaçados nas mãos cristalinas
Do encanto das saudades...
A última cartada está prestes a ser jogada...
Fará com que os fantasmas do passado
Não atormentem o presente.
Fará com que o futuro seja o tempo de colher a flor desejada...
Foi jogada.
E tudo aconteceu...
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Cartas Celestiais...
Do vasto Céu várias mensagens divinas se espelham no pequeno espaço terrestre. Trazem a mensagem das nuvens, do astro rei, da chuva, do vento, das estrelas e da lua: querem guardar o passado dos Homens na gaveta correspondente e fazer com que o Presente e o Futuro sejam o que de mais importante existe. Todos se unem por causa de um objectivo comum: fazer com que a harmonia entre os seres ditos humanos seja uma constante do mundo terrestre.
As Cartas enterram o ontem; a tinta que ociosamente passou para o suave papel fez questão de derramar as últimas lágrimas de dor e desespero; quando foram acabadas, evaporaram-se. Desapareceram no ar sem nenhuma explicação...
O presente e o futuro uniram as suas forças, ergueram fortes muralhas, solidificaram-nas com a bravura do amor, a claridade da lua, o calor escaldante do sol, a beleza dos pontinhos luminosos que adornam o breu celestial...
Todos sentem o sabor da vitória, todos aspiram governar o reino chamado vida com seriedade, emoção e razão, mas também com uma pitada de loucura...
"Um por todos, todos por um!", é o lema. E é verdadeiro!!! Se assim é, conseguirão, porque todos confiam em todos; porque eram capazes de se sacrificar por todos...
E esses "uns" formam um "todos" denominado "um"...
domingo, 28 de maio de 2006
Cartas e Memórias...
Tudo nasce de um momento,
Tudo tem o seu tempo
Para crescer
E viver.
Tudo se alimenta de gestos, acções,
Palavras transformadas em recordações...
Cartas primaveris que anunciam vida;
Cartas outonais que trazem a morte...
A carta e o seu inconfundível cheiro
A um misto de presente e passado...
Carrega no seu ser as memórias
Do denso e triste nevoeiro...
O choro que marca a recordação,
O sorriso triste da lembrança...
Todas as memórias
Guardadas na memória
Daqueles que viveram a história,
Alcançando derrotas e vitórias...
Tudo tem o seu tempo
Para crescer
E viver.
Tudo se alimenta de gestos, acções,
Palavras transformadas em recordações...
Cartas primaveris que anunciam vida;
Cartas outonais que trazem a morte...
A carta e o seu inconfundível cheiro
A um misto de presente e passado...
Carrega no seu ser as memórias
Do denso e triste nevoeiro...
O choro que marca a recordação,
O sorriso triste da lembrança...
Todas as memórias
Guardadas na memória
Daqueles que viveram a história,
Alcançando derrotas e vitórias...
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Carta Aberta: as incertezas da Bau bau...
Vi. Observei. De seu trono celestial caíam pedaços de amizade, gotas de medo do oceano profundo, lágrimas de desespero por não saber alcançar a luz mais brilhante. Nos seus olhos bailava o fantasma da incerteza, acompanhando o ritmo ora lento ora acelerado de uma existência jamais vivida, jamais sentida, jamais idealizada.
A incerteza e o medo abraçavam a escuridão taciturna que apagava a beleza das flores, afastava os pássaros alegres e destruía qualquer vestígio de claridade. Só a noite marcava presença; só a solidão de uma floresta esquecida no tempo dos Homens vincava a sua presença.
Ela flutuava por entre frondosos carvalhos, perseguia as estrelas, tentava trilhar o seu rumo, mas ainda não encontrara a paz necessária, andando, por isso, em círculos. Buscava a felicidade sorvendo todas as gotas do orvalho da madrugada, colhendo todas as marcas de esperança, alegria, segurança, força, verdade. Contudo, não conseguia.
Vi. Observei. Já conhecia a sua singularidade primaveril que desperta as sensações mais profundas no dourado Outono que, entretanto, marcara presença. Vi as folhas das árvores a cair lentamente, sem direcção, apenas saboreando o frio vento. Observei o seu olhar triste e encantador que fora apagado pela áspera chuva que tentava acariciar a sua face.
Vi. Observei. Senti a incerteza que a possuía, que a tornava fraca e, simultaneamente, forte. Observei o suave murchar da fénix que deixara de existir.
Esperei. Vi. Observei que essa mesma fénix renasceu das cinzas e pude acompanhar o seu crescimento.
E, tal como na Natureza, as incertezas da Bau bau cumpriram o seu ciclo...
quarta-feira, 24 de maio de 2006
Jogo de cartas...
Rei no início do jogo.
Impõe a sua autoridade
Junto do celestial fogo
Que invade a Humanidade.
Dama. Atrás de um grande homem
Está uma grande mulher.
Submissa, gentil...
Não pode escolher
Sair do temeroso ardil...
Um pajem denominado valete.
Serve o seu senhor.
Faz do seu esplendor
A vassalagem a que se submete.
Manilha. Dez pontos que derrubam
Toda a família real.
Com o seu ar superior,
Não se dá conta que é desleal
Para com aqueles que a encontram...
Final do jogo.
O inesperado surge: o Ás
Que se escondera da batalha
Decidiu enfrentar os seus opositores.
E, com um golpe fatal,
Venceu o medo de vencer!
E agora é o rei!
Impõe a sua autoridade
Junto do celestial fogo
Que invade a Humanidade.
Dama. Atrás de um grande homem
Está uma grande mulher.
Submissa, gentil...
Não pode escolher
Sair do temeroso ardil...
Um pajem denominado valete.
Serve o seu senhor.
Faz do seu esplendor
A vassalagem a que se submete.
Manilha. Dez pontos que derrubam
Toda a família real.
Com o seu ar superior,
Não se dá conta que é desleal
Para com aqueles que a encontram...
Final do jogo.
O inesperado surge: o Ás
Que se escondera da batalha
Decidiu enfrentar os seus opositores.
E, com um golpe fatal,
Venceu o medo de vencer!
E agora é o rei!
Cartas de Amor...
Espelho que reflecte o sentimento puro do amador pela coisa amada... Já cantava Camões na sua vasta obra literária... Cartas de Amor, como aquelas que Fernando escrevia à sua amada Ophélia; cartas de uma avó no fim da estrada à sua neta rebelde, em Vai aonde te leva o coração; cartas de um homem triste que continuava a amar profundamente a sua mulher em As Palavras que Nunca te direi... Tantos pequenos sentimentos que formam uma só esfera: o amor.
As cartas são o modo de expressar essa dádiva oferecida aos Homens. No papel deslizam lágrimas de desespero... No papel deslizam momentos e lembranças... Desliza o universo amoroso...
Um simples papel tem tanto valor! Um simples papel é capaz de arrancar os sorrisos mais rasgados, destruir o solo fértil, afogar as lembranças no futuro...
E afinal, são meras cartas! São o mais belo vestígio dos sentimentos; a sua textura envolve todo o corpo, fazendo-o flutuar na brisa serena que espalha o calor ao seu redor...
Uma mera carta de amor... Um mero papel... A plenitude existencial...
terça-feira, 23 de maio de 2006
Cartas...
Serão algo antiquado?
São cartas. São missivas.
São folhas de sentimentos,
Vestígios de memórias, de tristezas, afrontamentos,
Ausências pensativas.
A tinta escorre lentamente,
Seguindo o ritmo suave da música
Que, com todo o seu esplendor, docemente
Preenche o ambiente...
A luz do luar desliza por entre as persianas...
Várias palavras dão vida a ideias, a pensamentos...
A noite escura aviva os sentimentos
E as recordações das cartas palacianas
Que narravam amores impossíveis...
E são cartas...
Têm a textura da ternura...
O leve toque da emoção
Confere-lhes doçura
E afasta a solidão
Da imensidão
Obscura...
São cartas. São missivas.
São folhas de sentimentos,
Vestígios de memórias, de tristezas, afrontamentos,
Ausências pensativas.
A tinta escorre lentamente,
Seguindo o ritmo suave da música
Que, com todo o seu esplendor, docemente
Preenche o ambiente...
A luz do luar desliza por entre as persianas...
Várias palavras dão vida a ideias, a pensamentos...
A noite escura aviva os sentimentos
E as recordações das cartas palacianas
Que narravam amores impossíveis...
E são cartas...
Têm a textura da ternura...
O leve toque da emoção
Confere-lhes doçura
E afasta a solidão
Da imensidão
Obscura...
Ciência e Tecnologia...
Sem dúvida que é uma boa opção para os dias que correm. "É uma porta para o futuro", dizem uns; "É o futuro!", exclamam outros.
No mundo actual, quem está neste ramo é o futuro e é o presente. Os outros apenas tiveram sorte... E é de realçar que, na maioria dos casos, não gostam do que fazem! Mas, em terras lusitanas, há uma palavra mágica: cunha!
Oh! Antes, escondia-se usando uma capa negra, na qual pairava a sobriedade. Era discreta, bem relacionada, pequena.
Hoje, é colorida, espalhafatosa, passeia-se como se não implementasse a incompetência...
Tanta exactidão, tanto avanço tecnológico numa sociedade retrógrada. Tantas conveniências e conivências!
E tudo em nome de uma tal Ciência!
E eu pergunto: será que, num destes dias, o Homem vai passar a ser um ser tecnológico? Transformar-se-á numa máquina biológica sem princípios nem educação?
É isto que nos espera!
Saúde e Ciência...
Salvar a vida
Usando a ciência da Ciência.
Estudar para adquirir sapiência
E não ser uma alma perdida...
Ter saúde. Melhorar as condições
De subsistência para que as frustrações
Sejam superadas com a consciência
De que um novo ciclo não resistirá à ausência
Do abstracto...
Usar a Ciência para beneficiar a Saúde.
Criar médicos,
Criar lentes da vida humana.
Não apenas robots (criados pelos orientais)
Que apenas repetem o que ouviram...
Tudo pela Saúde...
Usando a ciência da Ciência.
Estudar para adquirir sapiência
E não ser uma alma perdida...
Ter saúde. Melhorar as condições
De subsistência para que as frustrações
Sejam superadas com a consciência
De que um novo ciclo não resistirá à ausência
Do abstracto...
Usar a Ciência para beneficiar a Saúde.
Criar médicos,
Criar lentes da vida humana.
Não apenas robots (criados pelos orientais)
Que apenas repetem o que ouviram...
Tudo pela Saúde...
Pasteur e o limão...
Pasteur, um dos grandes cientistas da História da Humanidade. Foi o criador de um processo denominado pasteurização, usado para destruir microrganismos patogénicos que estão presentes nos produtos comestíveis. Desta forma, seria capaz de "erradicar o mal"... O limão, entre outros, era o produto que causava a decomposição de outros, tais como o leite.
Assim, no mundo que nos rodeia, também há vários limões que são capazes de decompor o alimento primordial dos seres. Espalham o mal em cada esquina, não deixam os sentimentos florescer, ferem tudo e todos...
E, infelizmente, existem poucos cientistas com capacidades suficientes para descobrir um novo processo que erradique a destruição no mundo humano...
É tão degradante observar esta realidade! Já está tudo perdido! Nem uma taciturna esperança existe... O acre da Humanidade vai continuar a inundar e a sujar todos os locais. Vai continuar a grafitar obscenidades nas ruelas perdidas, nos becos sem saída, nos plácidos jardins, nas varandas antigas, nas puritanas emoções...
E, com o tempo, tudo vai ruindo...
sábado, 20 de maio de 2006
Bactéria que salva vidas
Ironia pura!
O que, normalmente, mata,
Noutro momento, restitui a vida!
Talvez este pequeno organismo
Denominado bactéria
Esteja presente no mundo para nos mostrar o cinismo
De uma vida que se diz séria!
Talvez, talvez!
Ninguém sabe, ninguém ouviu,
Mas todos pensam!
É a verdade! Aquilo que desprezamos
É capaz de nos salvar, de nos dar uma segunda
Oportunidade de reconstruir uma existência
Vitoriosa na imensidão dos seus sucessivos fracassos!
E porquê?
Ninguém sabe, ninguém ouviu...
Desta vez, ninguém ousa pensar...
O que, normalmente, mata,
Noutro momento, restitui a vida!
Talvez este pequeno organismo
Denominado bactéria
Esteja presente no mundo para nos mostrar o cinismo
De uma vida que se diz séria!
Talvez, talvez!
Ninguém sabe, ninguém ouviu,
Mas todos pensam!
É a verdade! Aquilo que desprezamos
É capaz de nos salvar, de nos dar uma segunda
Oportunidade de reconstruir uma existência
Vitoriosa na imensidão dos seus sucessivos fracassos!
E porquê?
Ninguém sabe, ninguém ouviu...
Desta vez, ninguém ousa pensar...
A Bactéria e a Guerra...
Conflito, guerra, armas, vidas, mortes, homens, coragem, defesa, ataque, Homem. A guerra é uma das piores doenças de que a Humanidade padece. Tal como a Peste Negra, aniquila todos aqueles que tiverem a infelicidade de se cruzar com ela. E foi criada pela bactéria mais perigosa que existe e que, infelizmente, ainda não foi controlada: o Homem.
A espécie humana é a bactéria que provoca a guerra, está presente na mesma e, ironia do destino, tenta acabar com ela! É um ser tão pequeno que se diz grandioso e poderoso! Talvez seja, mas "presunção e água benta..."!
A Guerra, provocada pela bactéria Homem, devasta famílias, destrói a Mãe de todos nós, destrói o coração dos animais, o melodioso acorde dos melros... Deixa um rasto podre da sua presença; chega a ser asquerosa. Atinge tal nível de decomposição que supera o próprio negrume da loucura da noite perigosa.
E a bactéria? O que faz? A resposta é simples! Essa apenas se deleita com o espectáculo que encenou! É a causadora da intriga, divide a peça de teatro em partes lógicas, é o narrador, maneja as luzes, trabalha maravilhosamente bem com o som; até é capaz de fazer os adereços!
Tão eficiente que ela é!
Descolonização...
Violentamente a raiz é arrancada
Da terra que lhe dá a vida,
Que a mantém protegida
E acarinhada.
Violentamente o ser é arrancado
Da sua terra, da sua colónia.
Tudo tem a sua parte idónea...
O interior encontra-se perturbado...
E agora?!
Retirar alicerces,
Paredes de pedra macia,
Tinta fresca que, adicionada à alegria,
Toda a tristeza deita fora...
Ao longe, o sol põe-se...
Ao longe, o caminhante olha pela última vez
Para o seu refúgio...
E já escureceu...
Da terra que lhe dá a vida,
Que a mantém protegida
E acarinhada.
Violentamente o ser é arrancado
Da sua terra, da sua colónia.
Tudo tem a sua parte idónea...
O interior encontra-se perturbado...
E agora?!
Retirar alicerces,
Paredes de pedra macia,
Tinta fresca que, adicionada à alegria,
Toda a tristeza deita fora...
Ao longe, o sol põe-se...
Ao longe, o caminhante olha pela última vez
Para o seu refúgio...
E já escureceu...
Colonização...
Uma mera miscelânea de culturas que tem o poder de mover mares e montanhas. Séculos e séculos de História... E afinal, o que podemos concluir?? Tantas mortes, tantas torturas, tantas violências em nome daquilo que hoje chamamos mundo (de doidos)!
É verdade que tudo foi necessário para o desenvolvimento dos povos, das mentalidades das pessoas. É verdade que em todos os continentes houve um povo que subjugou todos os outros, impondo a sua arte, o seu engenho; impondo o seu próprio pensamento.
Colonizar... Organizar territórios... Organizar mentalidades... Tentar viver de acordo com o que se acredita...
E se as pessoas pensassem em "colonizar" as almas das outras? Porém, teriam de o fazer como algo positivo e não pelo insidioso prazer de dominar o outro. Talvez a palavra certa seja cativar essas pequenas colónias que se denominam corações. Talvez o fruto mais apetecido deixasse de se proibido, mas com a vantagem de nunca perder o interesse...
E por que não tentar?? Talvez voar para uma galáxia distante com todos os produtos retirados da terra mãe, talvez inventar os sonhos, reconstruir o povo...
Talvez...
Mapa de estrada...
Setas de várias cores indicam
O rumo percorrido por gente
Destemida que sonhou encontrar o inteligente
E sinuoso caminho da felicidade.
O mapa orienta. Mostra encruzilhadas,
Apresenta a escala, as localidades olvidadas...
Mostra tudo o que existe
E que no mundo resiste.
É um pedaço de papel.
Não tem vida, não tem alma.
Apenas possui a calma
Que trespassa para o caminhante.
Apenas é um bocado de papiro
Do Antigo Egipto.
Foi encontrado na ledice da madrugada,
Na fantasia da noite...
E afinal, quem o sabe ler??
O rumo percorrido por gente
Destemida que sonhou encontrar o inteligente
E sinuoso caminho da felicidade.
O mapa orienta. Mostra encruzilhadas,
Apresenta a escala, as localidades olvidadas...
Mostra tudo o que existe
E que no mundo resiste.
É um pedaço de papel.
Não tem vida, não tem alma.
Apenas possui a calma
Que trespassa para o caminhante.
Apenas é um bocado de papiro
Do Antigo Egipto.
Foi encontrado na ledice da madrugada,
Na fantasia da noite...
E afinal, quem o sabe ler??
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Estrada da morte...
Arriscar. Perigo. Estrada.
Três conceitos que estão intimamente interligados. Hoje em dia, a estrada é o mais poderoso meio de condução ao fim da existência. O inconsciente ser humano não a respeita nem respeita tudo aquilo que ela significa. A estrada é um perigo e arriscar é demasiado irresponsável.
E os jovens não têm plena consciência do que significa ter um carro na mão. É verdade que a sensação de autonomia e superioridade impera, mas é necessário que todos tenham presente na mente que conduzir, infelizmente, pode matar.
A juntar aos riscos elevados de andar nas estradas, as bebidas alcoólicas e as substâncias químicas fazem com que tudo se agrave. E, lentamente, o ser traça o seu destino: a morte. Não há nada a fazer. Aquilo que poderia significar diversão, transforma-se num pesadelo do qual é quase impossível despertar.
Será que vale a pena percorrer os trilhos da estrada da morte? Será que vale a pena arriscar a vida?
Não, não vale a pena.
Apenas quem é inconsciente não se apercebe da dura realidade: as coisas não acontecem só aos outros! Qualquer um está sujeito a terminar a sua missão mais cedo; está sujeito a perder o seu bem mais precioso por causa de uma loucura momentânea.
Quando a irresponsabilidade humana se junta à estrada, o perigo está no auge! A morte está a dois passos; já não é uma quimera, mas sim uma realidade bastante próxima!
Apenas: CUIDADO!
Estrada da vida...
Um lento movimento.
Um rápido momento
Que parecia ter parado
o mundo.
Uma estrada que carrega
O bem mais precioso: a vida!
Terra batida, caminhos desmesurados...
Pedras no meio de um percurso
Que é aliciante e perigoso!
A vida! Encruzilhadas, sinais...
Setas que indicam o caminho do
Bem ou do Mal.
Cada ser é especial.
É apenas uma vida
No meio de muitas vidas
Que vivem sem vida!
É apenas o despontar de uma manhã,
É apenas a escuridão da noite.
É apenas a utopia do mistério.
É o momento chave do vitupério!
Oh vida que amaldiçoas
Aqueles que te querem possuir!
Oh vida!! Será que tu queres viver?
E a tua estrada?
Para ti é um desafio ou é apenas
Rotina?
És apenas mais um percurso
Ou és o percurso?
Vida, expõe-te!
Vida, diz-lhes o que és!
Um rápido momento
Que parecia ter parado
o mundo.
Uma estrada que carrega
O bem mais precioso: a vida!
Terra batida, caminhos desmesurados...
Pedras no meio de um percurso
Que é aliciante e perigoso!
A vida! Encruzilhadas, sinais...
Setas que indicam o caminho do
Bem ou do Mal.
Cada ser é especial.
É apenas uma vida
No meio de muitas vidas
Que vivem sem vida!
É apenas o despontar de uma manhã,
É apenas a escuridão da noite.
É apenas a utopia do mistério.
É o momento chave do vitupério!
Oh vida que amaldiçoas
Aqueles que te querem possuir!
Oh vida!! Será que tu queres viver?
E a tua estrada?
Para ti é um desafio ou é apenas
Rotina?
És apenas mais um percurso
Ou és o percurso?
Vida, expõe-te!
Vida, diz-lhes o que és!
quarta-feira, 10 de maio de 2006
Entroncamento de sentimentos...
Junta-se a água ao fogo. Junta-se a terra com o céu. Juntam-se todos os elementos da Natureza. Juntam-se vontades, lamentos, murmúrios gélidos no calor da fogosa noite. Junta-se o Homem à sua origem: as paisagens verdejantes e harmoniosas, o calor do astro rei, a suavidade da rainha da noite, o cantar das águas cristalinas das cascatas. Todos se encontram. Dentro do seu ser transportam a pureza. Porém, o elemento nefando invade o seu pequeno grande mundo: o Homem!
Esse ser apropria-se indevidamente dos elementos que o criaram; destrói sentimentos, acarreta mágoas, inunda a Terra de um negro ágil e astuto.
No entroncamento dos sentimentos, todos se reunem: a pureza da Mãe Vida acaricia a face da podridão da sua cria, a dor mistura-se com a raiva, o amor abraça o ódio. Um grau intenso de emoções atinge a obra e o criador, uma força sobrenatural traça um círculo invisível e indomável.
A música clássica que acompanha o momento está no auge. Os sentimentos desfragmentaram-
-se. Chegou a altura da escolha. Optar pela obra (Homem) ou pelo criador (Natureza)? Qual deles é o mais verdadeiro, o mais importante?
O Homem envolveu-se numa guerra perdida: procurar respostas dentro dos seus sentimentos; e não as encontrará! O Homem esqueceu-se completamente de se enquadrar com a sua proveniência; já não tem consciência do que é a pureza que possuía quando era um simples ser indefeso... E é por isso que não acha as respostas que tanto procura... E é por isso que se sente cada vez mais só no meio da sua multidão comunitária.
E é por isso que tudo se cruza e se confronta...
terça-feira, 9 de maio de 2006
Caminho de flor...
Terra. Raiz.
Origem. Caminhada feliz.
Semente. Flor.
Fruto. Amor.
Caminho de terra que prende a raiz.
Percurso pedestre que afaga a flor.
Toque. Aroma.
Sensação. Frescura.
Mãos impiedosas. Homem.
Espécie pérfida.
Profundezas. Monstro.
Destruição.
Terra. Raiz.
Origem...
Origem. Caminhada feliz.
Semente. Flor.
Fruto. Amor.
Caminho de terra que prende a raiz.
Percurso pedestre que afaga a flor.
Toque. Aroma.
Sensação. Frescura.
Mãos impiedosas. Homem.
Espécie pérfida.
Profundezas. Monstro.
Destruição.
Terra. Raiz.
Origem...
Auto-estrada da informação...
Mundo. Informação. Excesso. Boatos. Caminho. Vivemos numa auto-estrada. A informação comanda todos os cérebros e, como diz o povo, "para a frente é o caminho". Onde foi parar a ética? Onde foi parar o respeito pela privacidade dos outros? Onde está a rectidão?
O mundo é uma esfera podre. Ninguém se respeita; o que interessa é a raiva, o ódio, a ambição desmedida. E o resto? Onde está o resto?
Onde páras, amor? Onde páras, respeito? Onde páras, verdade? Onde estão vocês?
E assim vivemos. Estamos no meio de abutres que espera, pacientemente pelo fim da nossa existência; abutres que desejam recolher o maior número de informações para depois as usarem contra pessoas honestas. Oh, meu Deus! Porquê?
E assim vivemos. Há alguém superior que arranca as nossas raízes da terra que nos viu nascer, que não deixa que floresçamos na Primavera, que nos tira tudo aquilo que construímos, apoderando-se das informações que damos inocentemente, apenas pensando que estamos a partilhar pedaços da nossa vida com alguém que consideramos amigo.
E porquê?
E porque é que nas saídas dessa auto-estrada não há saídas? E porque é que somos obrigados a pagar portagem, a ajudar aqueles que não nos socorrem quando nos despistamos e nos ferimos gravemente?
E porquê?
Estrada de palavras...
Um caminho longo e perigoso.
Assim é o rumo da estrada que compõe as palavras.
Assim é o mundo da Língua Portuguesa,
Tão bonito e audacioso.
E tudo isso apenas porque, ao longo de anos,
Esforçadas mãos viveram com a terra,
Com os campos, com os ares profanos,
Tentando construir uma estrada de sentimentos.
As palavras expressam esses sentimentos.
As palavras ferem ou fazem com que exultemos de felicidade.
São a bondade ou a maldade.
São grandiosos tormentos.
Mas, como em todas as estradas,
As encruzilhadas aparecem!
Oh! Monstros das puras madrugadas
Que o ser ferem!
Nessa estrada de diálogo,
Tudo tem uma razão de ser!
Existe apenas um querer,
Existe apenas uma união...
As palavras são o início e o fim de tudo.
Esperam pela Primavera alegre e colorida
Para preencher a Natureza;
Esperam pelo maravilhoso Estio
Para mostrar a sua grandeza.
Acalmam o Outono suave.
Desnudam o Inverno gélido
E natural.
As palavras, na sua plenitude.
As palavras, na sua estrada sem fim...
A estrada que ainda está a ser construída...
Assim é o rumo da estrada que compõe as palavras.
Assim é o mundo da Língua Portuguesa,
Tão bonito e audacioso.
E tudo isso apenas porque, ao longo de anos,
Esforçadas mãos viveram com a terra,
Com os campos, com os ares profanos,
Tentando construir uma estrada de sentimentos.
As palavras expressam esses sentimentos.
As palavras ferem ou fazem com que exultemos de felicidade.
São a bondade ou a maldade.
São grandiosos tormentos.
Mas, como em todas as estradas,
As encruzilhadas aparecem!
Oh! Monstros das puras madrugadas
Que o ser ferem!
Nessa estrada de diálogo,
Tudo tem uma razão de ser!
Existe apenas um querer,
Existe apenas uma união...
As palavras são o início e o fim de tudo.
Esperam pela Primavera alegre e colorida
Para preencher a Natureza;
Esperam pelo maravilhoso Estio
Para mostrar a sua grandeza.
Acalmam o Outono suave.
Desnudam o Inverno gélido
E natural.
As palavras, na sua plenitude.
As palavras, na sua estrada sem fim...
A estrada que ainda está a ser construída...
sábado, 6 de maio de 2006
Tradição
"A tradição já não é o que era". Tudo isto denota saudade, tristeza por causa da mudança. Os seres humanos existem, seguem as regras de uma sociedade pretensiosa e traiçoeira. Voltámos à selva!Viva!
Não há princípios nem ideias. A criatividade foi despejada numa ETAR abandonada. Não há vício de sociedade, não há sede de querer, de buscar o saber, de se ser o filósofo da vida.
"A vida é uma filosofia", disse-me a minha mãe. E eu, humildemente, penso: "Uma filosofia? Sim. Mas os conceitos mudaram". Na minha cabeça deambulam pensamentos desencadeados, sombras de sonhos sentidos segundo serenos auspícios; a vulgaridade das filosofias incomoda-me. Parece que é tradição inventar filosofias em vez de se ser o criador das mesmas!
Ai, que raiva! Que raiva da tradição que, quando presente, me obriga a ser o que não quero, a ter de cumprir as regras que foram estabelecidas por almas cruéis e que, curiosamente, se passeiam com expressões angelicais! Ai, que raiva daqueles que não aceitam os outros e fazem questão de cumprir a tradição!
Ai, que contradição! Que fome de mudar as coisas, de retirar a injustiça, de espalhar Cupidos pelas paisagens verdejantes (porém, parcialmente destruídas pelo calor mortal do fogo), fazer nascer aves e mamíferos, retirar o pecado, implantar sorrisos nos rostos daqueles que não acreditam em si próprios, traçar as linhas principais de um quadro e oferecê-lo à vida para que o possa acabar...
Ai, porque é que a tradição não me aceita? Porque é que a tradição quer manter a sua posição de sábia (não buscando mais nada...), em vez de se aliar a mim, podendo descobrir o meu mundo??
Tradição versus Mundo Contemporâneo...
Um condado pequeno
E humilde que combateu
Arduamente para ser pleno
De liberdade e esquecer o breu...
Um costume, uma tradição.
Um ritual de uma tribo selvagem
Que traçou a sua direcção
No pedaço de uma desfocada imagem.
As serras floridas, os rios cristalinos,
A Natureza no estado puro,
O sol pensativo, os montes virgens,
As flores aromatizadas...
O reinado das damas e dos cavalheiros,
Dos senhores e dos esforçados camponeses,
A ostentação de Sua Alteza Real,
A passividade das princesas...
A sedução do passado...
O hoje. O agora.
Já não há princípes nem princesas.
A coroa de diamantes de outrora
Transformou-se numa de espinhos vingativos.
A pobreza aldraba a riqueza,
Partilhando a dor da saudade...
Tudo se cria. Tudo se destrói.
O Homem na sua plenitude:
É o caçador e a caça...
E o mundo contemporâneo assim gira.
Ora chove, ora o sol inunda as ruínas
De uma civilização que continua a sua autodestruição.
As nuvens pairam, o vento sopra em todas as direcções.
Meio mundo tenta enganar outro meio.
Assim não dá. A miséria, a fome, a falta de valores,
O consumismo, a inexistência das palavras...
A tentativa de ressuscitar a tradição,
Colocando-a em primeiro plano...
(E como diz um poeta,
"já gastámos as palavras".)
E humilde que combateu
Arduamente para ser pleno
De liberdade e esquecer o breu...
Um costume, uma tradição.
Um ritual de uma tribo selvagem
Que traçou a sua direcção
No pedaço de uma desfocada imagem.
As serras floridas, os rios cristalinos,
A Natureza no estado puro,
O sol pensativo, os montes virgens,
As flores aromatizadas...
O reinado das damas e dos cavalheiros,
Dos senhores e dos esforçados camponeses,
A ostentação de Sua Alteza Real,
A passividade das princesas...
A sedução do passado...
O hoje. O agora.
Já não há princípes nem princesas.
A coroa de diamantes de outrora
Transformou-se numa de espinhos vingativos.
A pobreza aldraba a riqueza,
Partilhando a dor da saudade...
Tudo se cria. Tudo se destrói.
O Homem na sua plenitude:
É o caçador e a caça...
E o mundo contemporâneo assim gira.
Ora chove, ora o sol inunda as ruínas
De uma civilização que continua a sua autodestruição.
As nuvens pairam, o vento sopra em todas as direcções.
Meio mundo tenta enganar outro meio.
Assim não dá. A miséria, a fome, a falta de valores,
O consumismo, a inexistência das palavras...
A tentativa de ressuscitar a tradição,
Colocando-a em primeiro plano...
(E como diz um poeta,
"já gastámos as palavras".)
Tradição e cultura popular portuguesa
Anos e anos de tradição, de história. A música preenche os espaços vazios, tornando-os plenos de magia, de glória. Um povo que sempre foi sofredor, esforçado e unido pode reviver um passado, transformando-o num presente e projectando-o para um futuro. Assim é a cultura portuguesa: alegre, dinâmica, humilde, tal como o povo.
A expressão "já dizia o povo..." está patente no nosso quotidiano. E é por isso que a tradição e a cultura popular portuguesa estão vivas! Ainda permanecem no interior de cada um, são um marco e, talvez, um porto seguro.
A tradição foi colocada em segundo plano, apesar de ainda estar viva. As mentalidades mudaram um pouco, tornaram-se mais abertas e receptivas. Porém, é inegável que o povo português sempre foi, também, muito severo e céptico. Claro que tudo isto é perceptível; a História da terra lusa é o retrato vivo dessa realidade. É preciso acreditar que as coisas ainda podem mudar mais, o povo pode unir-se mais, ser uma equação, onde predomine o equilíbrio e a lógica.
A cultura do sábio e sofrido povo pode ser alargada, conhecer outros horizontes e dimensões. O sol não se põe no mesmo local... É preciso inovar, adquirir um espírito jovem, projectar, sonhar...
É preciso criar, inventar, disparatar, errar, aceitar, questionar... Tudo é preciso...Nada é preciso...
E tudo porque, um dia, alguém se lembrou de fundar uma pequena "aldeia" chamada Portugal...
quinta-feira, 4 de maio de 2006
Tradição e Mudança...
Tradição é um mar de imperfeições.
É a regra da humanidade!
É o choro manso das árvores da piedade
Que reflectem as suas vivas condições...
Tradição é paradigma; é rotina!
É mergulhar a vontade na confusão da água cristalina...
É cobrir de branco as doces serras,
Afagar a brisa...
Mudança é ser diferente!
É abraçar a utopia!
É viver o sonho, realmente!
É abraçar a imperfeição de cada dia!
Não se tocam; não se sentem!
Apenas sabem que existem
E que precisam do conflito
Para sobreviver...
Tal como o humano cansado precisar de sorver
A água da vida,
A Mudança e a Tradição precisam de sorver o contraste
De ideias!
Para voltar tudo à delícia das serras,
Ao calor da brisa,
À frescura das flores...
É a regra da humanidade!
É o choro manso das árvores da piedade
Que reflectem as suas vivas condições...
Tradição é paradigma; é rotina!
É mergulhar a vontade na confusão da água cristalina...
É cobrir de branco as doces serras,
Afagar a brisa...
Mudança é ser diferente!
É abraçar a utopia!
É viver o sonho, realmente!
É abraçar a imperfeição de cada dia!
Não se tocam; não se sentem!
Apenas sabem que existem
E que precisam do conflito
Para sobreviver...
Tal como o humano cansado precisar de sorver
A água da vida,
A Mudança e a Tradição precisam de sorver o contraste
De ideias!
Para voltar tudo à delícia das serras,
Ao calor da brisa,
À frescura das flores...
terça-feira, 2 de maio de 2006
Tradição e corte
Um simples olhar era sinónimo de amor e de respeito. Os galanteios dirigidos à donzela eram delicados, românticos e sinceros. Os bilhetes que se entrelaçavam nos dedos dos enamorados contavam as mais belas histórias de amor.
A tradição estava presente: o cavalheiro cometia as mais inimagináveis loucuras para poder estar com a dama dos seus sonhos; recitava-lhe os mais belos poemas; esperava paciente e angustiadamente o dia do encontro, apesar de uma janela mágica o separar da sua amada. As flores campestres, o canto das aves, a harmonia das serras e dos bosques verdejantes eram o espelho da alma dos amantes, as testemunhas da terrível separação.
A corte era algo delicioso... A fase do enamoramento, do tentar agradar ao outro, do sonho e da ilusão... Nessa fase, as mais belas palavras eram ditas no silêncio mudo de um olhar; a alma reflectia-se no corpo, que tremia de vergonha a cada carícia mais ousada... O fruto proibido era o mais apetecido. Contudo, a tradição era respeitada!
Hoje em dia, a corte já não é o que era: já não tem impregnada a ternura de anos áureos do romantismo, já não possui a pureza do gesto nem a magia do amor. Hoje em dia quase tudo se resume a uma imitação sem graça daquilo que era o devaneio do amor ardente e do fogo da paixão...
Os cavalheiros já não surpreendem as damas com flores espontâneas e puras... É certo que alguns tentam seguir os princípios e regras estipulados desde que o mundo é mundo e que o homem se começou a apaixonar, mas não é o suficiente...
O "morrer de amor" cantado por tantos poetas já não tem o mesmo significado nem o mesmo impacto... Há algo que parece superficial...
Há algo que não soa bem na inquietude do vento...
segunda-feira, 1 de maio de 2006
Tradição e o Conflito de Gerações...
Antigas e contemporâneas ideias
Chocam contra a tradição.
Do sorriso que consentia a razão dos mais velhos
Quase nada resta: resta um nada!
"A tradição já não é o que era!",
Diz o modesto povo na sua posição!
Agora existe uma nova esfera
Que não permite a conciliação.
As gerações derrubam os muros
De gelo que se criaram à volta opostos escuros.
O conflito cria a aniquilação.
É a anarquia que tenta mostrar a sua bravura.
Os dois lados perdem a visão,
Do ocorrido não há uma gravura...
A Tradição e o Conflito conversam
Sobre as posições a tomar.
Regozijam!
Observam a confusão de um simples despertar!
E o ciclo repete-se!
Outras gerações,
Mas a mesma discussão!
Todavia...
A Tradição permanece...
Chocam contra a tradição.
Do sorriso que consentia a razão dos mais velhos
Quase nada resta: resta um nada!
"A tradição já não é o que era!",
Diz o modesto povo na sua posição!
Agora existe uma nova esfera
Que não permite a conciliação.
As gerações derrubam os muros
De gelo que se criaram à volta opostos escuros.
O conflito cria a aniquilação.
É a anarquia que tenta mostrar a sua bravura.
Os dois lados perdem a visão,
Do ocorrido não há uma gravura...
A Tradição e o Conflito conversam
Sobre as posições a tomar.
Regozijam!
Observam a confusão de um simples despertar!
E o ciclo repete-se!
Outras gerações,
Mas a mesma discussão!
Todavia...
A Tradição permanece...
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