Eu estou aqui e sempre estive.
Tu foste embora.
E partiste sem mágoa nem arrependimento.
Seguiste o teu caminho.
Na nossa casa, meu amor, deixaste o teu perfume.
Já mudei móveis, pintei paredes, colori os meus próprios sonhos,
Dei vida, renasci.
Mas o teu odor persiste. Não só na casa, na nossa casa, como em mim!
Ai! Como dói! Doce e amargo. Suave e agressivo.
Terno, agreste.
Tu e o teu odor.
E eu, castelã dessas horas amargas em que vagueio pelos nossos recantos
E desfaleço. Porque sinto o teu perfume silvestre.
Porque te sinto.
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