terça-feira, 20 de junho de 2006

A morte da Saudade...

Tudo tem o seu fim. Tudo se transforma, tudo muda. Mas nem tudo se cria. Mas nem tudo podemos erradicar. Com a Saudade acontece algo similar! Nós, humanos, não a podemos destruir; ela é que se destrói sozinha, completamente isolada de tudo e de todos...
A Saudade morre. Lenta e dolorosamente morre. Não resiste à ausência física, à distância abismal instalada no caos humano. Facas afiadas trespassam-na impiedosamente. O sofrimento é visível no seu rosto moribundo e desfigurado. Toda a dor que suporta espalha-se pelo seu corpo enfermo. E, num momento incerto, os seus olhos deixam de brilhar. A matéria evapora-se no ar, desaparece misteriosamente; a alma percorre caminhos jamais imaginados; não tem um rumo.
Ninguém a vela, ninguém lhe leva uma flor. Ninguém. Agora está completamente só, vazia. Pobre Saudade! Era bastante ingénua enquanto menina, não encontrava maldade em habitar na alma humana; contudo, à medida que foi crescendo, sentia-se uma intrusa, ouvia os lamentos que provocava, o choro queimava-a, deixando-lhe cicatrizes...
Agora que está morta e completamente só, já pode descansar. Já pode reconquistar a inocência perdida há muitas eras atrás...

1 comentário:

Anónimo disse...

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