No fundo da sua memória, encontrou-o. Lá estava. Um olhar impenetrável, um brilho suave e discreto. Ainda se lembra do dia em que o viu pela primeira vez. Sempre cavalheiro, educado. Sabia, sentia que algo mais iria acontecer. Não iriam ser simples amigos. Não poderiam ser apenas companheiros de brincadeiras. Não, teriam algo mais. E tudo se concretizou!
No meio de frases inacabadas, de sussurros meigos disse-lhe o que sentia, o que desejava. Mostrou através daquele olhar delicioso, maroto a magnitude do sentimento que nutria por ela...
O misterioso Outono corria lentamente. Um beijo na mão foi o sinal divino. A chuva aconchegava dois corpos, duas almas incompletas que se encontrariam no fim dos tempos...
Ela, envergonhada, gravava todos aqueles momentos passados com ele, saboreava cada palavra por ele proferida, olhava a sua face...
Mas, a distância e o implacável passar do tempo fizeram com que tudo se desvanecesse... E ambos se transformaram numa recordação, num fragmento do passado...
E, em cada Outono, encontravam-se...
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