Rir e sorrir. Dois conceitos semelhantes, porém diferentes. O sorriso é delicado. O riso é algo rude, algo sem importância, ou seja, rimo-nos de algo engraçado (uma anedota, por exemplo), mas sorrimos quando vemos o desabrochar de uma flor. O sorriso é a emoção.
As melhores razões para sorrir dizem respeito à própria pessoa e, por isso, variam de uma para outra.
Todavia, sem dúvida que a melhor razão para sorrir é existir. Tivemos sorte por nos termos tornado uma pessoa. Temos sorte por termos uma vida na qual somos a personagem principal, na qual decidimos os caminhos a seguir, as desculpas a pedir... Decidimos até em que espinhos nos ferimos.
A Mãe Natureza é outro bom motivo para nos arrancar um sorriso. Nela surgem fenómenos tão belos, tão plácidos, tão relaxantes, tão invulgares. Por exemplo, todo o sofrimento dos pinguins mostra a invulgaridade da sua origem Natureza) : todo o cuidado que têm para conceber um pequeno pinguim, todos os tormentos que passam durante o gelado Inverno (não podem comer, não podem largar as crias no gelo, visto que estas podem perecer...)... Tudo isso nos devia fazer sorrir. Tudo isso nos devia fazer ver a singularidade das espécies. Devíamos sorrir por podermos observar tudo o que nos acontece. Devíamos sentir o sorriso...
O nosso ser é também uma razão para nos fazer sorrir. Afinal, somos algo que se desenvolve ao longo de um vasto período de tempo, passamos por fases, fechamos ciclos e iniciamos outros, passamos pelas adversidades da vida e também pelas suas dádivas. Contudo, não sorrimos. Não conseguimos escutar o nosso pequenino ser, não o conhecemos. Apenas lidamos com ele e não damos importância àquilo que ele sente ou pensa. Apenas queremos satisfazer os nossos desejos. E, por vezes, são sorrisos maliciosos e cruéis que se desenham nos rostos. São sorrisos de serpente. Sorrisos que contêm o mais mortal dos venenos: a própria natureza do ser humano...
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