sexta-feira, 7 de abril de 2006

Poder que destrói...

O poder autodestrói-se. Vive tão plenamente que acaba por ficar cego e sem conseguir respirar. O incêndio que provocou destruiu tudo: todas as existências, todas as memórias, todas as pessoas e toda essa sua grandeza não passam de fumo e cinzas.
O facto de alguém ter poder faz com que esse alguém viva na sombra do mesmo; mas o facto de esse alguém ser o próprio poder faz com que tudo se desenrole num cenário negro, sem projectores para iluminar o palco, sem figurantes nem personagens secundárias: o poder e o ser humano fundiram-se num só. No primeiro acto e nas cenas que o compõem, é apresentada a personagem principal. Contudo, os espectadores não conseguem ver a magnitude dessa criatura. Tudo é negro. O poder destruiu o ser, a sua alma iluminada, o seu olhar angelical. O poder apenas alcançou a sua meta; o poder desempenhou o seu papel de vilão ostentando o ar de "bom moço"; o poder jogou a sua sorte. E o poder venceu!
Sim, venceu. Contudo, esqueceu-se de um pequeno pormenor: a sua própria destruição. Um poder sem poder não é nada. É apenas um simples e desprevenido...poder!

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