O deserto continua a manter a sua magia. O deserto é o refúgio do sol e do frio. É o globo de vidro que embala a vida. No deserto há reflexão, há desespero, há transformações...
Porém, as pessoas esqueceram-se do quão imponente ele é... Todas pensam nele como um sítio sem ninguém e repleto de areia; todavia, esse pensamento não corresponde totalmente à realidade, porque as pessoas têm medo do silêncio, do canto do vento, dos milhões de ideias escondidos nos grãos de areia. As pessoas julgam-no um local despovoado, mas... Não, no deserto habitam reis e rainhas, fadas, mágicos, sábios... No deserto há vida, porque o objectivo é encontrar a água da vida, o motor para a sobrevivência; nas pessoas vulgares o objectivo é a ambição: não há tempo para meditar, encontrar-se com a magia de um simples olhar ou pensamento.
O deserto é um dos locais mais ricos: é rei sem coroa, mas possui a eloquência e a justiça; é feiticeiro sem varinha, mas carrega o poder nos seus experientes dedos enrugados e calejados de tanto lutar pela aceitação de um local aparentemente cru. O deserto é rico apenas porque uma outra entidade decidiu fazê-lo diferente de todos os outros locais; apenas porque algo ou alguém decidiu confrontar o calor sufocante e o frio cortante, a imensidão e o insignificante, a mais negra noite e o mais claro dia...
O deserto é o Deus da Meditação e do Disfarce...
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