O silêncio é a tradição, é o costume. O grito de que rompe a fronteira entre o ser e o não ser surgiu há pouco tempo. Surgiu quando alguém decidiu enfrentar as situações. Contudo, há aqueles que ainda gritam em silêncio e de cujos olhos brotam as mais amargas lágrimas. Estão sufocados pela frustração, dilacerados pela angústia que está cravejada no seu ser. É algo inefável, é algo louco e aterrador.
Como é possível que alguém grite em silêncio? Como é possível perder a voz e continuar a gritar? Como?
Os olhos são o espelho empoeirado de uma alma que tentam renascer das cinzas, de uma alma que usa a ausência do barulho para se expressar; é uma alma que grita com um olhar ávido de felicidade.
E o grito? É forte ou fraco? É agudo ou grave?
O grito está concentrado na força e na fraqueza; o grito carrega a ilusão e a desilusão. É um grito imperfeito e desconhecido. É um grito que abarca todo um ser que se encontra débil para continuar a lutar, mas que almeja vencer; é um grito silencioso, objectivo.
É apenas o grito que define o silêncio... É um grito mudo...
Sem comentários:
Enviar um comentário