domingo, 18 de fevereiro de 2007

Apenas mulher

A minha condição é ser mulher,
Apenas mulher.
Acordo e espreguiço-me na cama vazia.
Levanto-me e olho-me ao espelho.
A minha expressão morre a cada dia que passa.

Já não tenho luz no olhar
Nem me apetece ir trabalhar,
Mas vou. Eu tenho obrigações.
O dia é aborrecido.
As pessoas são aborrecidas.

A tarde chega e regresso a casa.
Encontro a dor e a ausência da ternura.
Estou cansada. Vou dormir.

E é nos meus sonhos que me realizo.
Porque sou como o Poeta que busca
O infinito no mundo oposto.
E sei que vou acordar amanhã
Com os olhos inchados de chorar.

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