Saio de casa. São oito da manhã.
Encontro a moça loira e rio.
Vou ver o mar, esperança vã;
Fico presa em meu desvario.
A areia molhada provoca-me arrepios.
Vejo o pescador pachorrento e paciente.
Olho-o nos olhos: encontro rubis frios
E uma pequena esperança latente.
Apetece-me um gelado. Enquanto passeio
Encontro-te. Estás diferente, duro.
Lembro-me do triste Inverno feio
Que cegou o meu olhar escuro.
Estás com ela. Já nada me dói.
Mas vejo que ainda me queres
E continuo igual: a dor destrói.
Vai-te embora se preferes.
Eu vou virar-te as costas agora.
Adeus! Até nunca mais!
Sei que chegou a terrível hora
E que não te verei jamais.
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