Dura a noite me acolheu.
De mil desejos apenas um me concedeu.
Uma flor me foi oferecida
Pelas mãos que um dia me tiraram a vida.
Mãos brancas, cruéis e imortais
Que apertam o meu pulso triste
Sem escutar os meus tristes ais
Quando o murmúrio da noite resiste
Ao longínquo vento fustigante.
E ao longe vejo a lua fulgurante
Pintando estrelas num céu de seda.
Mas a lua não sabe que a dor
Rasga os véus que cobrem a vereda
Onde o sorriso dá lugar ao rancor.
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