sábado, 18 de novembro de 2006

Flor murcha

Desconheço o porquê da escolha deste título.
Nem sequer me apetece escrever sobre flores.
Estou invulgarmente amarga.
Hoje não consigo apreciar a beleza.
Flor murcha? Uma entre muitas, talvez.
Não sei e não quero fazer exortações.
Não preciso de divagar no mundo da poesia
Nem de cair no meu próprio mundo de contradições.

Talvez eu esteja revoltada com essa flor.
E talvez eu esteja revoltada porque essa flor é demasiado importante para mim.
Essa flor que me faz ter vontade de viver ou de apenas contemplar a chuva que bate
Na vidraça da janela do meu quarto, prendendo-me no tempo.
Sim, eu admito que estou magoada com essa flor delicada e intempestiva que tem dado um sentido à minha vida. Eu admito que essa flor murcha se tem apoderado daquele amor meu
E o tem transformado em ressentimento.

Essa flor és tu! Tu, a quem eu não chamo "meu amor".
Tu, a quem eu não revelo a importância desse aroma nem do brilho desses olhos de mel
Tão esquivos e sinceros.
Tu!

Sem comentários: