domingo, 12 de novembro de 2006

Intuição

Eu, vã alma solitária, tenho um grande poder!
Eu, inocente alma, desejo não o possuir em mim.
Não me agrada possui-lo.
Estou presa a ele; aterroriza-me todos os dias;
Aterroriza-me todas as noites.

Eu, alma intuitiva, não o queria ser.
Só eu sei aquilo que sofro por ser guardiã de tal segredo.
Só o meu fraco e displicente coração conhece o peso de tal fardo.
Eu, alma intuitiva, não o queria ser.

É por escutar aquela voz todos os dias e todas noites
Que choro calada e sem lacrimejar.
É por saber decifrar o enigma que preenche cada dia e cada noite
Que hoje te perdi.

Vai-te embora, Intuição!
Deixa-me, por fim, poder carpir as minhas mágoas
E sentir o peso da lágrima que teima em não cair.

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