domingo, 12 de novembro de 2006

Pelos tormentos da intuição

Quero chorar e não consigo.
Tu és mais forte do que as minhas tristes, amargas lágrimas.
Por culpa desta intuição maldita sofro e deixo a minha alma esvair-se em sangue.
Sangue quente, fervoroso.

Por culpa deste tormento vagueio pelos teus tormentos.
Estou fechada numa gruta escura e confusa.
A minha intuição diz-me que és implacável.
És cruel e magoas o meu ser com tais palavras que a tua boca profere.
Feres e fazes com que eu queira chorar. Mas sem conseguir.

É por isso que hoje não te quero. Não me deixas aliviar este sofrimento.
És vil, regozijas. Emanas alegria quando me vez padecer.
E é por isso que hoje te odeio e amanhã te amo.
E assim percorro, sozinha ou contigo, os tormentos desta minha perspicaz intuição.

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