domingo, 31 de dezembro de 2006

Reticências...

Sempre deixei a minha vida caracterizar-se pelas reticências!
Nunca quis escolher definitivamente.
Sempre perdi demasiado.
Sempre sofri demasiado.

Sempre deixei que alguém tomasse conta da minha decisão
E magoei e feri e matei o meu coração destruído.
Sempre deixei que tu fosses uma narrativa aberta na minha vida.

Mas agora pergunto-te calma e inocentemente:
Sabes o que é uma narrativa fechada?
Se não souberes também não te explico.
Já gastei palavras belas contigo e tu já deitaste os meus rascunhos no lixo.

Agora termino esta história com a ironia que caracteriza a minha mágoa,
Revelo que te quis, que lamento não teres sabido optar,
Mas que te quero bem.

1 comentário:

Rekoa Meton disse...

Ao contrário do ponto de exclamação, gosto das reticências. Sou indefenida por natureza e gosto sempre de voltar atrás, pelo que quase nunca dou passos irreversíveis, a menos que não haja outra solução. Os finais para mim estão sempre abertos. Nunca há fim, em boa verdade. Mas apesar de tanto gostar das reticências, também as odeio. Odeio porque toda a gente as passou a usar nos hi5 e no msn, com aqueles smileys estúpidos que já não são smileys.
Gostei mesmo muito deste poema. Muito tocante. Como muito bonito não chega... Espectacular, magnífico, sei lá...